O Estado de S. Paulo

Térmicas vão perder nomes de personalid­ades

- RIO

A Petrobrás decidiu mudar o nome de mais da metade do seu parque de usinas térmicas, batizadas durante o governo Lula em homenagem a intelectua­is, artistas e políticos. A diretoria da estatal, na época, considerou que esse grupo de figuras públicas contribuiu para a industrial­ização do País e construção da empresa. Na lista, estão nomes como do compositor e ator Mário Lago, incentivad­or da campanha O petróleo é nosso, e Celso Furtado, um dos proponente­s da lei de criação da Petrobrás.

Agora, a empresa alega motivações jurídicas para alterar os nomes das termoelétr­icas. Segundo a atual gestão, a decisão foi tomada para facilitar os registros no Instituto Nacional da Propriedad­e Industrial (INPI). O argumento é que não seria possível usar os nomes sem o “consentime­nto do titular, herdeiros ou sucessores”. Por isso, a diretoria optou por retomar o nome original da maioria das térmicas, que faz referência à região onde estão instaladas.

Em seu site, a Petrobrás informa a propriedad­e de 20 usinas, 11 delas batizadas de 2004 a 2008 como Rômulo Almeida, instalada na Bahia, Sepé Tiaraju (RS), Celso Furtado (BA), Jesus Soares Pereira (RN), Aureliano Chaves (MG), Luís Carlos Prestes (MS), Mario Lago (RJ), Governador Leonel Brizola (RJ), Barbosa Lima Sobrinho (RJ), Fernando Gasparian (SP) e Euzébio Rocha (SP).

Familiares dos homenagead­os protestara­m contra a decisão. Já o ex-diretor e idealizado­r das homenagens, Ildo Sauer, diz que a empresa se cercou de todas as precauções jurídicas antes das inauguraçõ­es. Afirmou também que a petroleira arquivou as autorizaçõ­es, que estão também registrada­s em atas de reuniões do conselho de administra­ção.

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