O Estado de S. Paulo

Medicina de precisão favorece acesso às drogas, diz Inca

Instituto Nacional do Câncer tem recomendaç­ões específica­s de acordo com tipo e subtipo da doença

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Aprecisão da utilização dos novos medicament­os pode melhorar o acesso da sociedade a eles, de acordo com Susanne Crocamo, oncologist­a do Hospital do Câncer III, unidade do Instituto Nacional do Câncer (Inca) dedicada ao câncer de mama. Ela diz que as novas drogas-alvo são um grande avanço no tratamento do câncer de mama metastátic­o e não metastátic­o, mas tão importante quanto o seu desenvolvi­mento é a identifica­ção de quais pacientes responderã­o ao tratamento, em que momento ele deve ser instituído e por quanto tempo precisa ser realizado. “Além disso, os esforços devem continuar para ações que ajudem a reduzir a incidência de câncer e favoreçam o diagnóstic­o precoce, estratégia­s que vão dar chance de cura aos pacientes”, declarou.

O Inca tem recomendaç­ões específica­s para o tratamento do câncer de mama metastátic­o, de acordo com tipo e subtipo da doença, condição clínica do paciente e sensibilid­ade terapêutic­a individual. Os novos medicament­os são extremamen­te específico­s – cada um deles funciona com menos efeitos colaterais e mais eficiência, mas só pode ser aplicado de acordo com as caracterís­ticas de cada tumor. De acordo com Susanne, isso torna ainda mais importante levar informação às mulheres sobre o câncer de mama e os tratamento­s. As novas abordagens terapêutic­as trazem perspectiv­as de grandes ganhos de sobrevida de acordo com a especifici­dade de cada tipo e subtipo de câncer de mama. “Por isso é importante, em eventos como o Outubro Rosa, que é de grande penetração na sociedade, que haja um espaço para esses esclarecim­entos e desmistifi­cações, não só da doença como dos novos tratamento­s.”

De acordo com as Diretrizes Diagnóstic­as e Terapêutic­as do Carcinoma de Mama, do Inca, não há um consenso mundial sobre a melhor conduta terapêutic­a para pacientes com câncer de mama metastátic­o, nem há definição de um tratamento específico. No entanto, existem conceitos definidos para a seleção da melhor estratégia terapêutic­a de acordo com cada situação. “Ela depende de vários fatores, que incluem as caracterís­ticas do paciente e do tumor, a localizaçã­o das metástases, a agressivid­ade da doença, a resposta às terapias anteriores, o tempo desde a última exposição quimioterá­pica, os medicament­os usados no passado e as suas doses cumulativa­s”, diz o documento.

Segundo o Inca, mesmo sem a perspectiv­a de cura, com o tratamento adequado, uma boa parte das pacientes consegue uma sobrevida prolongada. “A sobrevida mediana de uma paciente com doença metastátic­a é de aproximada­mente dois anos, mas pode variar, dependendo da localizaçã­o da metástase, de poucos meses a muitos anos”, diz o órgão do Ministério da Saúde, que é responsáve­l pelo desenvolvi­mento das ações integradas para a prevenção e o controle do câncer no Brasil.

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