Indústria diz que desmatamento zero é garantido e defende medida
O zoneamento da cana chegou a ser formalmente defendido pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) e pelo Fórum Sucroenergético em março no ano passado. As entidades se manifestaram contrariamente a um projeto que queria liberar o plantio.
Ontem, porém, o novo presidente da Unica, Evandro Gussi, aliviou o tom. Em artigo publicado no site da entidade ele disse que o zoneamento teve um papel no passado de proteger o bioma, mas que hoje, com o Renovabio – programa de incentivo aos biocombustíveis –, essa proteção estaria garantida, uma vez o programa estabelece política de desmatamento zero. “Esse foi o espírito da revogação do chamado Zoneamento Agroecológico da Cana-de-Açúcar. Esse instrumento, que teve seu papel no passado, ficou justamente lá, um passo atrás, servindo apenas como mais um dos tantos arcabouços burocráticos brasileiros.”
Ao Estado, ele afirmou que é zero o risco de a revogação do decreto levar a uma maior pressão sobre a Amazônia. “Eu faço um desafio para daqui a cinco anos: me diga quanto tem de cana na Amazônia. Não vai ter.” Procurada, a Sociedade Rural Brasileira não se manifestou
Em março, a Coalizão Brasil
Clima, Florestas e Agricultura, grupo que reúne o setor produtivo e organizações ambientalistas, também havia divulgado um documento criticando a ideia de expansão pela Amazônia que, para a entidade, “contraria os esforços feitos pelo governo federal, setor produtivo e sociedade”.