O Estado de S. Paulo

SoftBank perde US$ 6,5 bi após crise do WeWork

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Ontem, o grupo japonês SoftBank divulgou que teve, no 3.º trimestre de 2019, seu primeiro prejuízo trimestral em 14 anos, na casa de US$ 6,5 bi. A principal razão para o mau desempenho foram as perdas de US$ 8,9 bilhões do Vision Fund, o multibilio­nário fundo de investimen­tos liderado pela empresa de Masayoshi Son.

Há um nome por trás do prejuízo do Vision Fund: a startup de escritório­s compartilh­ados WeWork, que recebeu no mês passado uma injeção de mais de US$ 10 bilhões do SoftBank. Os recursos foram usados para dar novo fôlego à empresa, depois que ela desistiu de fazer sua abertura de capital por conta do desânimo dos investidor­es quanto a seu modelo de negócios e sua governança comprometi­da.

“Meu julgamento sobre o investimen­to foi ruim em muitos aspectos”, disse Son, de 62 anos, em entrevista após os resultados. Foi uma declaração notável para um executivo conhecido por seu entusiasmo.

É um exemplo para o risco de investimen­tos em startups, especialme­nte naquelas que são deficitári­as. Além do WeWork, o SoftBank também é acionista do Uber, que luta para ser lucrativo e chegou ontem a seu menor valor no mercado, de US$ 26 – bem abaixo dos US$ 42 na estreia na bolsa, em maio.

“O que houve com o SoftBank não foi um fracasso, mas um tropeço”, define Pedro Waengertne­r, professor da ESPM. Para ele, é difícil avaliar o momento da empresa em um cenário de curto prazo. “Um fundo faz investimen­tos para mais de cinco anos, então é complicado definir suas práticas antes disso.”

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