Luisa Abram lança linha de barras ao leite
Luisa Abram nunca se acomodou no caminho mais fácil para fazer chocolate. Desde o início, produz suas barras bean to bar, ou seja, da amêndoa à barra. Quando começou, em 2015, produzia seus chocolates num quarto de 5 m² na edícula do apartamento da família. Não queria simplesmente usar as amêndoas de cacau que já chegavam fermentadas e secas da Bahia: se jogou na floresta e foi atrás, com ajuda de comunidades ribeirinhas, seu próprio cacau de origem selvagem.
Agora, já famosa e premiada, foi atrás do seu próprio rebanho para produzir barras de chocolate ao leite e chocolate branco. Não, ela não comprou uma fazenda, achou um produtor que fornece leite fresco puro de vacas Jersey, que têm maior teor de gordura e proteína (o leite da indústria é uma mistura). Luisa aprendeu a transformar o leite integral em leite pó (pois é assim que se trabalha o leite no chocolate).
Não foi fácil. A logística e os testes levaram mais de onze meses de trabalho. “Nas minhas barras de origem o cacau é a grande estrela, nas versões ao leite queria que o leite aparecesse”, conta Luisa. Conseguiu. Seus chocolates ao leite são extremamente cremosos e com características bem próprias.
A nova linha com leite é composta por cinco barras. Três são de chocolate branco: para fazer o puro extra cremoso ela caramelizou o açúcar, o que dá um tom levemente dourado à barra que não é excessivamente doce como costumam ser barras ao leite. Já para o chocolate branco caramelizado ela tostou o leite, com resultado ainda mais surpreendente, sabor intenso de leite e caramelo; a terceira é uma barra com crocante de castanha-do-pará.
A chocolateira fez ainda sua versão de uma receita que anda em alta nos EUA, o Dark Milk, um chocolate ao leite com maior teor de cacau, no caso 52% em vez dos tradicionais 40%. É um chocolate ao leite para quem gosta dos amargos. E, é claro, fez também um ao leite tradicional, docinho, que derrete na boca.
Outra novidade é o lançamento de três barras com nova origem, o Rio Tocantins, nas versões 81% e 70% cacau. O cacau dessas barras vem de Mocajuba, no Pará, que é a região produtora de cacau mais antiga do País. Pela primeira vez, ela mesma fermentou as amêndoas para fazer essa linha (e precisou de várias viagens para seguir as etapas do processo). Diferente da sua primeira linha de cacau selvagem da Amazônia, “é menos exótico”, confirma Luísa. É um chocolate doce, com aroma de especiarias, cítrico, um pouco de tanino, que lembra Cabernet Sauvignon. Esse mesmo cacau foi usado em todas as barras da linha ao leite e branco como também numa versão com pedacinhos de cupuaçu.
Ao todo, com as oito novas barras, Luisa Abram dobrou a sua linha. Todas as barras são de 80g e custam R$ 22 e podem ser compradas pelo site da confeiteira luisaabram.com.br e mercados como Pão de Açúcar e Casa Santa Luzia.