CUIDADO COM OS INVESTIMENTOS QUE PARECEM BONS DEMAIS PARA SEREM VERDADE
O crescimento do interesse pelo mercado de capitais traz um efeito colateral: os novatos chegam com pouco conhecimento, muitas dúvidas e buscas por produtos que garantam alta rentabilidade. “O risco são as promessas mal intencionadas, desenhadas para captar esse investidor e aplicar golpes financeiros”, afirma José Alexandre Vasco, superintendente de Proteção e Orientação aos Investidores da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ter cautela é fundamental para escapar de ciladas como pirâmides financeiras. O ideal é sempre checar se a oferta em questão conta com autorização dos órgãos reguladores. “Os criptoativos e as moedas virtuais (não regulados pela CVM ou pelo Banco Central) são uma realidade, e infelizmente têm sido usados, pela sua novidade, pela indústria de fraudes, alguns chegando à casa de centenas de milhões de reais. O chamariz são os retornos irreais. Como resultado, o canal de atendimento da CVM está sobrecarregado pelas consultas, reclamações e denúncias”, afirma Vasco.
Há cerca de cinco anos, havia 50 processos referentes a ofertas irregulares tramitando no órgão ao ano. Em 2019 são 300, que podem envolver uma única pessoa ou dezenas de milhares de investidores. “Assistimos a isso com muita preocupação.” O superintendente da CVM recomenda atentar para ofertas que pressionam o investidor, impedindo perguntas ou até mesmo tempo para pensar na proposta. “Um bom teste é tentar explicar o investimento para outra pessoa. Se ele se sair bem nesse exercício, é porque provavelmente entendeu o investimento que escolheu.”