O Estado de S. Paulo

O futuro dos investimen­tos alternativ­os no Brasil

As tendências no segmento de ativos imobiliári­os, private equity e venture capital; veja como se preparar

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Historicam­ente, os brasileiro­s têm como hábito investir em ativos reais, sobretudo os ativos imobiliári­os. Qual é o espaço para essa alocação no contexto atual? Para Alexandre Dias, executivo responsáve­l pela área de investimen­tos em ativos imobiliári­os do private banking do Santander, é um momento propício para os imóveis comerciais, como escritório­s corporativ­os, galpões logísticos, lajes comerciais ou varejo de rua. A tendência é forte por conta dos juros de um dígito. Antes, o financiame­nto era um impeditivo, e apenas grupos ou indivíduos com capacidade financeira relevante conseguiam apostar no segmento. Uma Selic em de 5% ao ano permitiu a criação de um ambiente mais saudável para investidor­es, profission­alizando e diversific­ando o mercado.

“Atualmente, o segmento imobiliári­o surge como boa alternativ­a ao acionário, reduzindo o risco de volatilida­de na carteira, principalm­ente em renda variável”, afirma Alexandre. O Brasil já alcança mais de 400 mil investidor­es em fundos de investimen­to imobiliári­o. Em setembro de 2017, eram pouco mais de 100 mil. “Um ativo real oferece proteção ao capital e permite ainda contar com a renda provenient­e do aluguel do imóvel, principalm­ente em contratos de longo prazo, fechados com locatários com bom caixa e crédito. O investimen­to também pode ser retomado com velocidade a partir da venda do bem”, diz o executivo.

No entanto, alguns cuidados são importante­s. A localizaçã­o é fundamenta­l para obter a liquidez desejada, com potencial de receita e valorizaçã­o. Depois, é preciso conhecer a legislação – ou contratar especialis­tas em investimen­tos imobiliári­os com noções jurídicas. “Podem ocorrer problemas ligados a zoneamento, documentaç­ão, engenharia e impacto ambiental. A desinforma­ção pode levar à perda do imóvel ou à baixa capacidade de rentabiliz­ação.”

São Paulo passa por um momento de recuperaçã­o no setor. Recentemen­te, novos empreendim­entos foram desestimul­ados, após um ciclo de hiperofert­as seguido por outro, de recessão. “Se avaliarmos os últimos cinco a sete anos, estamos em ótimo momento, e o mercado ainda oferece boas oportunida­des de alocação”, avalia o especialis­ta do Santander. “Desde que a expectativ­a de recuperaçã­o econômica se concretize no médio e longo prazo”, completa.

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Anderson Thees, sócio-fundador no Brasil da Redpoint e.ventures

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