PRIVATE EQUITY E VENTURE CAPITAL: NOVIDADES BEM-VINDAS
Para a maioria dos brasileiros, esses ativos ainda não são familiares, mas devem ganhar espaço, graças ao novo contexto econômico, ancorado em ajustes e reformas, sobretudo a queda da taxa real de juros. De acordo com Anderson Thees, sócio-fundador no Brasil da Redpoint e.ventures, estamos experimentando uma “tempestade perfeita”.
“É uma oportunidade incrível para os investidores brasileiros no mundo do venture capital, uma vez que a indústria está amadurecendo muito rápido.”
Thees está nesse segmento desde 2003, e acredita que, pela primeira vez, há um ecossistema completo. Primeiro, porque existe tecnologia em todas as indústrias – antes, as empresas queridinhas eram as que vendiam tecnologia. O “tsunami digital”, a exemplo das fintechs no mercado financeiro, tangibiliza as informações para os investidores regulares.
Aliada a isso, vem a queda da taxa de juros, que exige rebalancear o portfólio e tomar riscos para alcançar retornos desejados – aliás, vem daí o termo venture capital, no Brasil traduzido como capital de risco. A boa prática é alocar uma parte pequena do capital nesse segmento, admitindo que a tranquilidade da renda fixa acabou.
“O portfólio brasileiro vai ficar cada vez mais parecido com o dos investidores de países desenvolvidos há cinco ou dez anos”, projeta.
Para surfar nessa onda, é importante entender que o sucesso do venture capital é definido pela qualidade dos empreendedores, uma vez que são necessários anos em sociedade. É um jogo de reputação.
“Nos Estados Unidos, se você quiser entrar nos melhores fundos, fica numa fila de espera que pode chegar a 25, 30 anos. É difícil explicar isso aos investidores brasileiros, acostumados ao privilégio de acesso.”
O mercado de private equity está ainda mais maduro, com pelo menos uma década à frente. Nessa modalidade, opta-se por investir em empresas maiores, com riscos mitigados e ganhos operacionais.
Pode constituir o mix da carteira, incluindo venture capital e private equity, sobretudo se houver a capacidade de alocar os melhores gestores de fundos em cada categoria. Outro ponto importante é diversificar em várias safras, e não participar apenas de uma. “Não sabemos qual dos ciclos vai propiciar o grande salto, por isso vale participar de todos”, finaliza.