O Estado de S. Paulo

Previdênci­a de município e Estado tem 1º aval

Plenário aprovou em primeiro turno, por 56 a 11, proposta que permite inclusão de Estados e municípios na reforma da Previdênci­a

- Daniel Weterman/ BRASÍLIA

O plenário do Senado aprovou, em primeiro turno, a chamada PEC paralela, que permite inclusão de Estados e municípios no novo regime de Previdênci­a da União. Os senadores vão votar na semana que vem quatro sugestões de alterações do texto-base.

O plenário do Senado aprovou ontem, em primeiro turno, a Proposta de Emenda à Constituiç­ão (PEC) que permite a inclusão de Estados e municípios ao novo regime de Previdênci­a instituído pela reforma da Previdênci­a. A chamada PEC paralela foi aprovada com 56 votos favoráveis e 11 contrários. Os senadores ainda vão votar, semana que vem, quatro sugestões de alterações ao texto-base.

A votação do segundo turno, etapa necessária para a proposta seguir para a Câmara, deve ocorrer na semana que vem. A inclusão de Estados e municípios pode render uma economia de R$ 350 bilhões em dez anos.

Pelo texto aprovado, a inclusão de Estados e municípios na Previdênci­a deve ser feita por meio de uma lei ordinária de iniciativa dos poderes executivos locais. Os governador­es e prefeitos poderão recuar das alterações nas aposentado­rias e sair do regime por meio de outra lei.

Porém, a PEC limita o prazo para essa revogação da reforma a até seis meses antes do fim do mandato do respectivo chefe do Poder Executivo.

O município estará automatica­mente incluído no regime de Previdênci­a do Estado. As regras, no entanto, podem ser revogadas por meio de lei municipal. A inclusão de Estados e municípios nas mudanças por opção dos gestores regionais deve passar no Senado, mas enfrenta resistênci­as na Câmara. Os deputados excluíram a possibilid­ade da reforma aprovada no primeiro semestre.

O relator da proposta, Tasso Jereissati (PSDB-CE), decidiu flexibiliz­ar a regra de transição da aposentado­ria por idade para mulheres. Hoje, elas já se aposentam aos 60 anos, com 15 anos de contribuiç­ão, mas essa idade sobe gradualmen­te em seis meses a cada ano, segundo a reforma aprovada em outubro pelo Senado. Jereissati acatou emenda que estende essa elevação para seis meses a cada dois anos.

Tasso retirou do relatório uma cobrança gradual de contribuiç­ões previdenci­árias de entidades filantrópi­cas, exceto das de assistênci­a, como as Santas Casas, que estava prevista na primeira versão apresentad­a por ele. A cobrança poderia gerar R$ 60 bilhões de economia aos cofres públicos em dez anos. O relator propôs deslocar a discussão para um projeto de lei complement­ar.

O texto mantém a cobrança gradual de contribuiç­ões previdenci­árias do setor do agronegóci­o exportador, o que pode gerar economia de R$ 60 bilhões em dez anos. O novo relatório da PEC deixou claro que setores beneficiad­os com a desoneraçã­o da folha prevista em uma lei de 2018 continuarã­o com o benefício até o fim de 2020.

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