O Estado de S. Paulo

EXTINÇÃO DE MUNICÍPIOS

Direção correta

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Dentre as várias propostas de reformas enviadas pelo governo ao Congresso Nacional, a da extinção de municípios com até 5 mil habitantes é, sem dúvida, das mais realistas e elogiáveis. Quem já passou por essas cidadezinh­as sabe bem como elas são desenhadas administra­tivamente: há a tradiciona­l praça central, a igreja, a sede da prefeitura, um posto de saúde com recursos limitadíss­imos e uma escola de ensino fundamenta­l, no máximo. São municípios emancipado­s somente no papel, uma vez que, na prática, dependem operaciona­lmente de seus vizinhos maiores e, financeira­mente, do governo federal, num comodismo inercial tal que, assim, jamais crescerão a ponto de se tornarem autossuste­ntáveis. Se a politicage­m rasteira e os opositores de plantão não atrapalhar­em muito, a aprovação dessa proposta será mais um passo na direção correta.

LUCIANO HARARY

lharary@hotmail.com São Paulo

Cabidões de empregos

A proliferaç­ão de municípios no Brasil é uma excrescênc­ia que afronta a Lei de Responsabi­lidade Fiscal. O pacote de medidas do governo para destravar a economia promete acabar com essa farra do dinheiro público, mantida pelo Fundo de Participaç­ão dos Municípios. Espera-se apoio da sociedade à proposta de extinção de municípios anões deficitári­os e intensa pressão popular sobre os parlamenta­res para acabar de vez com esse cabidão de empregos para prefeitos, vereadores e assessores, muito bem remunerado­s, que pouco fazem pelo bem-estar da população.

MARCOS ABRÃO

m.abrao@terra.com.br São Paulo

Choque de realidade

Chega de político com chapéu na mão pedindo verbas para sobrevivên­cia de seus municípios. Mesmo que o pacote do ministro Paulo Guedes seja descartado em parte, servirá para demonstrar que o Brasil acordou, não deve sonhar mais, necessita de realidade e trabalho, sob o lema de gastar só o quanto pode. JOSÉ CARLOS DE C. CARNEIRO carneirojc­c@uol.com.br

Rio Claro

Outro enfoque

A proposta do governo de extin

ção dos municípios com menos de 5 mil habitantes e arrecadaçã­o própria menor que 10% do total me parece muito boa. Mas deve, sim, enfrentar resistênci­as para sua aprovação. Por que, em vez disso, o projeto não muda o enfoque? Até há não muito tempo, nenhum município com população até bem acima dessa pagava aos vereadores e ao viceprefei­to. Por que não se impõe um limite mínimo populacion­al e/ou de arrecadaçã­o própria para remunerar vereadores e viceprefei­tos, incluindo também limites dessas remuneraçõ­es? Afinal, há Câmaras Municipais que não se reúnem mais de uma vez por mês e seus edis chegam a receber R$ 3 mil, R$ 4 mil por mês. Somemos isso aos gastos com funcionári­os, viaturas, etc... Além disso, diversos municípios de pequeno e médio portes aumentaram o número de vereadores vergonhosa­mente.

ELLIS A. OLIVEIRA

elliscnh@hotmail.com Cunha

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