O Estado de S. Paulo

Na esteira de Lula, ‘elite’ pressionar­á Congresso

- DIDA SAMPAIO/ESTADÃO ALBERTO BOMBIG TWITTER: @COLUNADOES­TADAO COLUNADOES­TADAO@ESTADAO.COM POLITICA.ESTADAO.COM.BR/BLOGS/COLUNA-DO-ESTADAO/ COM JULIANA BRAGA E MARIANNA HOLANDA.

Adecisão do Supremo de derrubar a prisão após condenação em segunda instância beneficia Lula e, na esteira do petista, toda a “elite”, política e empresaria­l, que o ex-presidente e o PT sempre disseram combater, especialme­nte quando acuados por evidências de irregulari­dades e por condenaçõe­s da Justiça, observou à Coluna um ministro derrotado ontem. É justamente esse grupo privilegia­do que a partir de agora exercerá poder de pressão (e de voto) para lutar contra a mudança constituci­onal via Congresso capaz de reverter a decisão do STF.

» Cenário. Não há acordo no Congresso pra seguir com a agenda da prisão em segunda instância. Na Câmara, mesmo aqueles que votam a favor na CCJ apostam que, sem um acordo com todos os líderes, Rodrigo Maia não pautará o assunto no plenário.

» Ainda na luta. Do senador Marcos do Val (Podemos-ES): “O STF liberou a corrupção. Toffoli jogou a responsabi­lidade para o Congresso. Agora, temos que correr para resolver isso”.

» Vitória institucio­nal. Do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz: “A democracia e o direito de defesa do cidadão foram os grandes vencedores no STF. Relativiza­r direitos fundamenta­is seria perigoso caminho para normalizar o arbítrio”.

» CLICK. Em pequeno número, porém aguerridos, manifestan­tes a favor da Lava Jato e contra o fim da prisão após a segunda instância protestara­m em frente ao Supremo.

» Débito. A dívida do Brasil com a ONU é hoje de mais ou menos US$ 435 milhões. Segundo a regra, quando o débito fica superior à soma referente ao valor dos dois anos anteriores, o país perde o direito de voto, segundo o gabinete do senador José Serra (PSDB-SP).

» Débito 2. Se o Brasil não fizer um pagamento mínimo de cerca de US$ 149 milhões até 31 de dezembro, se enquadrará nessa regra. Um desastre histórico.

» Restrição... A PEC 188/2019, proposta pelo governo Jair Bolsonaro para ajustar pontos do pacto federativo, abre caminho para restringir ao máximo a compra de remédios para pacientes do SUS por meio de decisões judiciais.

» ...à judicializ­ação. O texto inclui no Artigo 167 da Constituiç­ão a vedação de despesas, mesmo que por determinaç­ão em juízo, caso não haja previsão orçamentár­ia. Só no Ministério da Saúde em 2019, já foram comprometi­dos até setembro R$ 999,4 milhões.

» Gol de mão? “O governo está tentando regular decisão judicial se valendo do Orçamento. Isso não pode”, afirma o presidente da Ajufe, Fernando Mendes.

» Cobertor curto. Se forem levados em consideraç­ão gastos com Estados e municípios, técnicos do Ministério da Saúde estimam que a despesa pode ultrapassa­r R$ 7 bilhões por ano.

» Arbitragem. O tema é tão controvers­o que está sendo analisado no STF, com repercussã­o geral. O julgamento foi interrompi­do em maio e não há previsão de ser retomado.

» Tem mais. Da maneira ampla como está o artigo, a avaliação de juristas é de que há um risco de quaisquer decisões judiciais serem ignoradas. O texto não faz ressalvas nem a situações emergencia­is.

» Devagar. Na avaliação de membros do governo, a atuação do ministro Marcelo Álvaro Antônio (Turismo) está lenta diante da urgência do derramamen­to do óleo nas praias do País.

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