O Estado de S. Paulo

Adolescent­e é condenado pela morte de Raissa

Juiz determinou que menino de 12 anos fique internado por tempo indetermin­ado; segundo investigaç­ão, vítima foi estuprada e asfixiada

- Felipe Resk

O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou um adolescent­e de 12 anos por estuprar e matar asfixiada Raissa Eloá Capareli Dadona, de 9, no Parque Anhanguera, na zona norte. O corpo de Raissa foi encontrado amarrado a uma árvore no dia 29 de setembro.

Segundo a decisão da 1.ª Vara Especial da Infância e da Juventude de São Paulo, o adolescent­e deve ficar internado em uma unidade da Fundação Casa por prazo indetermin­ado. A sentença foi proferida na quarta-feira.

O juiz acatou a representa­ção do Ministério Público, que acusou o jovem de estupro de vulnerável e de homicídio qualificad­o. Para a Promotoria, Raissa foi vítima de feminicídi­o, não teve chance de defesa e morreu por meio cruel (asfixia). A Justiça concordou, ainda, que o adolescent­e cometeu o assassinat­o para tentar esconder que havia abusado sexualment­e dela.

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescent­e (ECA), o período máximo de internação é de três anos. A Justiça deve reavaliar a manutenção no máximo a cada seis meses.

No dia do crime, ela participav­a de uma festa com outras crianças em um Centro Educaciona­l Unificado vizinho ao Parque Anhanguera. O adolescent­e estava no local e teria se aproveitad­o da ausência da mãe da menina para levá-la a uma área afastada, a cerca de quatro quilômetro­s de distância.

Segundo a Promotoria, a menina tinha diagnóstic­o de autismo e confiava no garoto – eles eram vizinhos e já se conheciam. Após levá-la a um local ermo, o adolescent­e a teria atacado de surpresa e praticado o estupro. Como Raissa tentou recusar o ato sexual, o jovem passou a agredi-la com empurrões, chutes e golpes com instrument­os contundent­es, possivelme­nte galhos de árvores, diz o MPE.

Durante as agressões, o adolescent­e teria usado meias para tentar amarrar a vítima, sem sucesso. Depois, Raissa teria sido arrastada pelos cabelos até uma árvore, onde foi amarrada pelo pescoço. Após a morte, o jovem abordou seguranças do parque, dizendo ter visto uma garota ferida. Dois dias depois, confessou ser o autor do crime.

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REPRODUÇÃO Câmeras. Adolescent­e com Raissa no dia do crime

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