País perdeu ‘timing’ do pré-sal, avalia ministro
O Brasil perdeu o “timing” do pré-sal. Agora, o governo avalia como vai se adaptar ao cenário global de transição energética para uma economia de baixo carbono. O plano não é diminuir o peso das fontes fósseis na economia, mas, acelerar a produção, só que em condições mais favoráveis às empresas petroleiras.
A visão do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, é que o País deixou passar a oportunidade de vender o pré-sal quando o barril do petróleo estava em alta, na casa dos US$ 100.
A solução avaliada hoje passa por mudanças regulatórias, que devem deixar os projetos mais baratos e retrair a presença do Estado nos ativos. O principal argumento é que estimular a atividade produtiva e a geração de renda é a melhor maneira de cuidar do meio ambiente. A justificativa é a mesma usada pelo governo para avançar com a mineração em reservas florestais e com o turismo em parques nacionais, como o de Fernando de Noronha, em Pernambuco.
“O mundo ainda é extremamente dependente do óleo. Se a gente olha a África, muitos países não têm (acesso à energia ). Combater a pobreza energética ainda é uma luta no nosso mundo que acaba sendo mais prioritária do que a transição”, afirmou a secretária de Petróleo e Gás Natural do MME, Renata Isfer. Para ela, o gás natural e o etanol são as melhores opções do Brasil para se inserir numa economia de baixo carbono.
Entre as empresas petroleiras, a preocupação é que a pressão dos consumidores por fontes de energia mais limpas e a substituição gradativa dos fósseis derrubem o preço do petróleo.