O Estado de S. Paulo

IPCA de 0,10% é o menor para o mês desde 98

Conta de luz pressiona inflação para baixo em outubro; acumulado em 12 meses é 2,54%

- Daniela Amorim / RIO COLABOROU THAÍS BARCELLOS

O aumento nos preços da gasolina e das carnes pressionou a inflação oficial no País em outubro, mas a conta de luz mais barata manteve o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em patamar comportado, a 0,10%, menor resultado para o mês em mais de duas décadas. Os dados foram divulgados ontem pelo IBGE.

A taxa acumulada em 12 meses desceu a 2,54%, abaixo do piso de tolerância da meta de 4,25% perseguida pelo Banco

Central este ano. Embora seja esperada uma nova aceleração nos próximos meses, o cenário inflacioná­rio permanece favorável a nova redução na taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 5% ao ano.

“O cenário é condizente com a nossa expectativ­a de mais um corte de 0,5 ponto porcentual (na Selic) na reunião do Comitê de Política Monetária em dezembro, e acreditamo­s em mais um corte de 0,25 ponto porcentual na reunião subsequent­e, em 2020. A taxa de juros vai para 4,25% e permanece nesse patamar ao longo de todo o ano que vem”, previu Fábio Romão, economista da LCA Consultore­s.

A inflação está em patamar confortáve­l, embora a taxa em 12 meses deva acelerar em novembro, corroborou Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE. “A taxa em 12 meses está influencia­da por uma deflação de 0,21% em novembro de 2018. Se tiver qualquer variação positiva em novembro deste ano, o IPCA em 12 meses volta a acelerar”, explicou Kislanov.

A LCA espera que a inflação encerre o ano em 3,36%. A projeção do Itaú Unibanco é de 3,30%.

Em outubro, a tarifa de energia elétrica recuou 3,22%, item de maior impacto negativo sobre a inflação do mês, o equivalent­e a -0,13 ponto porcentual. A queda na conta de luz é resultado, entre outras cosias, da entrada em vigor da bandeira tarifária amarela, com cobrança extra de R$ 1,50 para cada 100 quilowatts-hora consumidos, em substituiç­ão à bandeira tarifária vermelha patamar 1 que cobrava em setembro R$ 4,00 a cada 100 quilowatts-hora consumidos. Apesar da trégua, a tendência é de nova pressão da conta de luz sobre o orçamento das famílias em novembro.

Além da energia elétrica, são esperadas pressões em novembro do reajuste de jogos de loteria, alimentos in natura e carnes, segundo a LCA Consultore­s. /

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