MARINA WEFFORT
➨ A produção mais recente de Marina Weffort consiste em formar imagens geométricas retirando fios de panos pré-fabricados. Na medida em que explora as possibilidades dos tecidos, passando horas em seu ateliê para encontrar pontos precisos de cortes do material, a quietude e a introspecção acabam por marcar sua rotina. No dia em que recebeu o Divirta-se, a artista finalizava os trabalhos que são exibidos, até 14/12, em uma exposição individual que ocupa a Sim Galeria
(R. Sarandi, 113, Cerqueira César, 3062-8980;
2ª a 6ª, 10h/19h; sáb., 10h/15h; grátis).
Quando se formou em artes plásticas, na Faap, Marina já tinha convicção de que queria ser artista. No entanto, preferiu trabalhar com outras atividades relacionadas ao meio, enquanto amadurecia suas ideias na busca por uma trajetória “genuína”. Assim, atuou como assistente de artista, de produção e também cuidou de uma coleção. “Eu encaro tudo isso como um processo até eu decidir que eu ia mesmo viver de arte”, revela a artista, que mantém sua rotina de trabalho em um ateliê instalado no fundo de sua casa, na Vila Madalena, em um local silencioso e arborizado.
Lidar com a obra de outros artistas acabou lhe dando segurança para lidar com seu principal material de trabalho. “A delicadeza do tecido me assustava um pouco, mas eu fui vendo que era possível. O material que você escolhe te exige e você rebate – tem sempre um certo diálogo ali.”
Como ela recorda, até chegar no estágio atual de sua carreira, precisou criar diferentes maneiras de dar visibilidade ao seu trabalho, recorrendo, sobretudo, a espaços mais abertos a jovens artistas. Em 2009, Marina foi selecionada e premiada por um edital do CCSP, oportunidade que lhe rendeu um convite para integrar o time da Galeria Marilia Razuk – com a qual trabalhou até 2018, quando passou a ser representada pela Sim. Nem sempre foi um caminho estável, mas, como explica, a estabilidade, para ela, está muito mais ligada à fluidez de seu processo criativo.