JANAINA MELLO LANDINI
➨ Após se formar em arquitetura, Janaina Mello Landini ingressou no curso de belas artes, mas não foi até o fim. Foi convidada, na época, para coordenar as montagens do instituto de arte contemporânea Inhotim, em Brumadinho (MG). “O meu trabalho próprio era um sonho; a ideia de artista ser uma profissão era muito distante da cabeça de quem me criou.” Hoje, ela é ligada à
Zipper Galeria (R. Estados Unidos, 1.494, Jd. America, 4306-4306; 2ª a 6ª, 10h/19h; sáb., 11h/17h; grátis), que abre o acervo da artista aos visitantes interessados em ver sua obra.
O trabalho da mineira, cujo início foi incentivado por Cildo Meireles, seu “mestre”, é marcado pelo diálogo entre disciplinas como a matemática, a arquitetura e a física – remontando, segundo ela, a uma tradição mais antiga, pautada pela observação dos ciclos da natureza, feita por nomes como Leonardo da Vinci.
Ao entrar em seu ateliê, nos Campos Elísios, que ela trocará em breve por um mais espaçoso, é possível conferir a intensa produção do que é o principal desdobramento de suas observações – a série ‘Ciclotramas’, feita com cordas que se desmembram, remetendo, por exemplo, ao fluxo de veias, raízes e até mesmo das redes da internet. Usando o neologismo que inventou para nomear a série, ela brinca que seu próprio processo é “ciclotrâmico”: “Se tiver algum tipo de bloqueio, basta pensar noutra coisa, e as respostas vêm”.
Conquistando projeção internacional, Janaina já integrou uma mostra no Museé du Textile et la Mode de Cholet, na França, e suas famosas tramas feitas com cordas podem ser vistas na sede do Facebook, em Menlo Park (EUA).