FELIPE GÓES
➨ Ser artista não estava nos planos iniciais de Felipe Góes, que recebeu o Divirta-se em pleno processo de mudança para seu novo ateliê, em Santa Cecília. Lá, ele tem espaço de sobra para dispor suas grandes telas e seu arsenal de tintas, pincéis e cavaletes, com os quais pinta coloridas paisagens. Quando estudava arquitetura, ele sempre teve interesse por história da arte, mas não vislumbrava uma carreira na área. Dois anos depois de formado, viajou para conhecer museus europeus e teve uma experiência que, segundo ele, foi “transformadora”. Ao entrar na sala dedicada a Mark Rothko, na Tate Modern, em Londres, sentiu-se muito impactado pelas pinturas do artista, decidindo, então, começar a criar as suas próprias. De volta ao Brasil, buscou uma série de cursos, tendo como mestres nomes como o crítico Rodrigo Naves e o pintor Paulo Pasta.
Com carreira estabelecida há cerca de 12 anos, Felipe relata que começou produzindo pinturas abstratas, a partir das quais foi absorvendo noções importantes sobre as relações entre as cores. Mas, aos poucos, foi flertando também com a figuração. “Um dia, fiz um barquinho rosa num mar verde, enquanto ouvia Dorival Caymmi no meu ateliê; fiz a pintura e vi que se abriu uma porta de possibilidades.” Hoje, ele é mais conhecido por suas paisagens e, seguindo esse gênero tão tradicional na história da arte, tem Guignard como uma de suas principais referências.
O artista descreve seu processo criativo como um constante jogo de erros e acertos. “No fim, é uma sucessão de tentativas que vão deixando rastros na pintura.” No início, ele nem achava possível fazer parte de uma galeria, mas começou a expor em salões de arte e mostras coletivas. Passou pela Central Galeria, pela Virgilio e, agora, é representado pela Galeria Kogan Amaro (Al. Franca, 1.054, Jd. Paulista, 3045-0755; 2ª a 6ª, 11h/19h; sáb., 11h/15h; grátis), que abre sua reserva técnica para quem quiser ver as obras do artista. Em Itu (SP), um de seus trabalhos também está sempre exposto na Fundação Marcos
Amaro (R. Pe. Bartolomeu Tadei, 9, V. S. Francisco, 3064-3556; 4ª a dom., 10h/17h; grátis).