Família unida
➨ Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes e do prêmio de público na 43ª Mostra Internacional de Cinema, Parasita já pode ser considerado um dos filmes mais aclamados deste ano – tanto pela coleção de estatuetas quanto pelo sucesso de crítica.
Uma sátira social com clima de suspense, o longa-metragem de Bong Joon-ho contrasta com suas produções anteriores, como ‘O Hospedeiro’ (2006) e ‘Okja’ (2017), compostas normalmente por metáforas e elementos de ficção científica.
O tom do roteiro, neste caso, varia drasticamente entre o cômico e o trágico. E, apesar do título, o enredo não dá espaço a nenhum tipo de criatura – apenas humanos repletos de falhas e divididos por suas classes sociais.
De um lado, os membros da
Família Park, abastada e dona de uma mansão modernista. Do outro, a família Kim, que vive desempregada em um porão infestado de insetos.
Quando o filho mais velho da família Kim consegue emprego como professor particular da filha dos Park, seu primeiro contato com a realidade luxuosa e confortável lhe dá uma ideia inusitada para, finalmente, ganhar dinheiro.
Em pouco tempo, os quatro membros da família Kim se ‘infiltram’ como empregados, prestando serviços de luxo. Sem os Parks saberem do parentesco entre eles, a família intrusa estabelece cada vez mais domínio sobre o espaço e as decisões na mansão, distanciando-se cada vez mais de sua posição social desfavorecida. Humberto Abdo