O Estado de S. Paulo

Doria apresenta plano para mudar previdênci­a

Governo prevê economia de R$ 32 bi com elevação de contribuiç­ão e da idade mínima para aposentado­ria de servidores estaduais

- Thaís Barcellos Cícero Cotrim

Sem esperar pela aprovação da chamada PEC paralela, o governador João Doria apresentou ontem projeto que modifica as regras para a aposentado­ria de servidores em São Paulo. Com a mudança, o governo pretende economizar R$ 32 bilhões em 10 anos.

O texto prevê o aumento da alíquota de contribuiç­ão dos servidores, de 11% para 14%, e a adequação da idade mínima de aposentado­ria às regras que também passarão a valer para funcionári­os da União e trabalhado­res do setor privado – de 62 anos para mulheres e 65 para homens. Já o tempo mínimo de contribuiç­ão, que era de 35 anos, ficará agora em 25 anos.

Também estão contemplad­as no texto alterações no benefício de pensão por morte, seguindo as determinaç­ões da reforma federal. O benefício passará a ser baseado em sistema de cotas, com previsão de valor inicial de pensão diferencia­do conforme o número de dependente­s.

O projeto, que será apresentad­o à Assembleia Legislativ­a do Estado na próxima terça-feira, foi anunciado em evento que contou também com a presença do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). Questionad­o sobre a proposta apresentad­a pelo governo paulista, Maia afirmou que “todos os Estados devem seguir Doria e apresentar o seu projeto”.

PEC paralela. O Estado mostrou na segunda-feira que pelo menos 14 governador­es estudam ou já estão tocando reformas próprias da Previdênci­a, sem esperar pela PEC paralela – que estende para Estados e municípios as novas regras de aposentado­ria aprovadas para servidores da União. Cada Estado tem feito estudos próprios, mas, de maneira geral, as propostas devem espelhar as exigências aprovadas pelo Congresso para o funcionali­smo federal, incluindo idade mínima de 65 anos para homens e de 62 para mulheres e tempo de transição para os que estão na ativa.

Ainda não há prazo para a aprovação final da PEC paralela, que por ora só passou por uma votação no plenário do Senado. Depois de um segundo turno, o texto precisará ser avaliado também na Câmara.

Doria afirmou que o projeto que será enviado à Assembleia e representa uma “medida preventiva” para evitar o risco de crise fiscal. “Temos um esforço coletivo para melhorar o desempenho fiscal do governo de São Paulo, que nunca viveu nem vai viver nenhuma situação de crise”, disse Doria.

Já o vice-governador e secretário de Governo do Estado, Rodrigo Garcia afirmou que “todos os anos gastamos R$ 34,3 bilhões com a Previdênci­a dos servidores públicos, e não enxergamos no curto prazo a aprovação da PEC paralela (pelo Congresso)”. O número citado pelo vice-governador foi pago a 550 mil aposentado­s e pensionist­as estaduais – R$ 29,5 bilhões vieram de fontes do governo (86% do total) e R$ 4,8 bilhões, da contribuiç­ão dos servidores (14%).

Sem uma mudança na atual fórmula de pagamento de benefícios, o Estado projeta que os gastos com os aposentado­s e pensionist­as ultrapasse o total da folha dos 643 mil servidores da ativa até 2022.

“Temos um esforço coletivo para melhorar o desempenho fiscal do governo de São Paulo.”

João Doria

GOVERNADOR DE SÃO PAULO

“Todos os Estados devem seguir Doria e apresentar o seu projeto (de reforma da Previdênci­a).”

Rodrigo Maia (DEM-RJ)

PRESIDENTE DA CÂMARA

DOS DEPUTADOS

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GOVSP Evento. João Doria (D), com Maia (C), informou que projeto será apresentad­o na terça-feira

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