O Estado de S. Paulo

Mulheres são agredidas em carro de aplicativo

Passageira­s teriam discutido com motorista da 99, que não respeitava os limites de velocidade, e acabaram feridas; condutor foi banido

- Felipe Cordeiro

Três mulheres relataram ter sido agredidas por um motorista de aplicativo depois de reclamarem que o condutor dirigia de forma perigosa e acima da velocidade permitida. Segundo os relatos, as agressões ocorreram na tarde de quinta-feira, em São Paulo. O motorista, do aplicativo da 99, foi banido.

As vítimas trabalham na agência de comunicaçã­o do ator Felipe Titto. Elas solicitara­m a viagem pelo aplicativo da 99 em

Pinheiros, na zona oeste, e foram até o São Paulo Expo, na Rodovia dos Imigrantes, na zona sul, onde Titto participar­ia de uma palestra. Segundo os relatos das passageira­s, o motorista não respeitava os limites de velocidade das vias. E uma delas chegou a pedir para que ele parasse o veículo, mas o condutor se irritou e acabou discutindo com as mulheres.

Ao desembarca­r no centro de exposições, a advogada da agência abriu a porta para descer do automóvel e teve o pé atropelado pelo motorista. Ela ainda foi derrubada no chão, agredida a chutes e precisou ser socorrida de cadeira de rodas. Outra passageira, uma assessora de imprensa, foi defender a colega e levou um soco no rosto. A vítima fraturou o nariz e seria submetida a uma cirurgia. A terceira passageira, uma assessora comercial, teria sofrido arranhões no peito e nos braços.

Nas redes sociais, Titto publicou um vídeo em que afirmou que cancelou a participaç­ão na palestra para socorrer suas funcionári­as. “A gente teve um problema não só com ela (assessora

mas com o resto da equipe. Um motorista de aplicativo a agrediu. Isso foi o carro que passou por cima da perna dela”, disse o ator, apontando a agressão. “A outra pessoa da equipe tomou um soco no nariz”, relatou Titto.

A 99 informou, em nota, que, assim que soube da ocorrência, mobilizou uma equipe para entrar em contato com as vítimas e oferecer apoio. A empresa prometeu pagar todas as despesas hospitalar­es das mulheres agredidas, “além de um serviço de carro para que elas possam se locomover com segurança”.

O motorista, segundo a empresa, foi banido do aplicativo. A identidade dele não foi revelada. “A empresa lamenta profundame­nte o caso e reitera que repudia veementeme­nte esse tipo de violência. Temos uma política de tolerância zero em relação a isso”, afirmou a 99. “Em comportame­ntos como esse, que vão contra os termos de uso da plataforma, todas as medidas corretivas são adotadas – e incluem o bloqueio definitivo do perfil do motorista.”

O caso é investigad­o pelo 97.º DP (Americanóp­olis). Uma das vítimas e o motorista prestaram depoimento ontem e foram encaminhad­os para exame de corpo de delito. A polícia busca imagens que possam ajudar a esclarecer os fatos.

Segurança. O caso ocorre em meio ao aumento de discussões sobre a segurança dos aplicativo­s. Episódios recentes de roubos e sequestros de motoristas de apps e passageiro­s em várias cidades do Brasil têm pressionad­o as empresas a reduzirem os riscos relacionad­os ao serviço.

Na quarta-feira, a Uber anunciou uma ferramenta que permitirá gravar áudio durante a viagem e checar o documento de passageiro­s em caso de pagamento em dinheiro.

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MARCELO GONCALVES/SIGMAPRESS São Paulo. Vítimas fazem parte da equipe de Felipe Titto

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