O Estado de S. Paulo

Ex-prefeito de NY se inscreve para prévias democratas.

A aliados, Bloomberg disse que está decidido a entrar na disputa porque não vê ninguém no partido capaz de derrotar Trump

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O ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg deu ontem o primeiro passo para entrar na corrida presidenci­al e disputar as primárias do Partido Democrata. Ontem, uma equipe do bilionário americano preencheu formulário­s, pagou taxas e cumpriu os trâmites para que o nome dele esteja nas prévias do Estado do Alabama, marcadas para março de 2020.

Ao oficializa­r seu nome, Bloomberg dá um passo incomum. É raro que um pré-candidato à presidênci­a comece a campanha se inscrevend­o nas primárias do Alabama. A explicação, porém, está no calendário. O Estado era o primeiro a encerrar o prazo de registro de candidatos, que terminou ontem.

Bloomberg, de 77 anos, enriqueceu no mercado financeiro. A revista Forbes calcula sua fortuna em US$ 57 bilhões, o 11.º homem mais rico do mundo. O presidente Donald Trump, por exemplo, que se considera um magnata de sucesso, teria US$ 3,1 bilhões, segundo a revista.

Como prefeito de Nova York, entre 2002 e 2013, Bloomberg se tornou um dos maiores defensores de causas progressis­tas, como o direito de aborto, as causas LGBT e a luta contra as mudanças climáticas. O bilionário nova-iorquino também defende um controle rígido do comércio de armas.

Apesar de cumprir todas as exigências sociais para ser um típico democrata, ele se posiciona junto à ala direita do partido, o que leva muitos analistas a apostar que o ex-vice-presidente Joe Biden – também um moderado – seria o maior prejudicad­o com sua entrada na disputa.

Para aliados, o ex-prefeito de Nova York disse que está decidido a entrar na disputa porque não vê ninguém nas primárias do partido capaz de derrotar o presidente Donald Trump. Tom Vilsack, ex-governador de Iowa e ex-secretário da Agricultur­a de Barack Obama, disse ontem que recebeu um telefonema de Bloomberg, que teria confirmado que disputaria a vaga de candidato do partido.

Ontem, Trump ironizou a candidatur­a de Bloomberg, a quem chamou de “pequeno bilionário”. “Ele não tem a magia para se sair bem. O pequeno Michael vai fracassar”, afirmou o presidente. “Mas não tem ninguém com quem eu mais quisesse competir do que com o pequeno Michael.”

Biden, que lidera a disputa, de acordo com várias pesquisas, teve uma reação mais amistosa. “Eu lhe dou boas-vindas. Michael é um sujeito sólido. Não tenho problema nenhum com sua decisão de disputar as primárias”, disse Biden.

Campanha. Segundo informou ontem a CNN, Bloomberg deve registrar, na terça-feira, sua candidatur­a nas primárias de Arkansas. Cumprida a primeira etapa, vem a parte mais difícil. Bloomberg tem de correr para recuperar o tempo perdido e mergulhar na campanha presidenci­al nos Estados de Iowa e New Hampshire, que inauguram a temporada de primárias, no início de fevereiro.

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