O Estado de S. Paulo

Analistas esperam melhora do cenário para siderúrgic­as somente em 2020

- Renato Carvalho

As ações das siderúrgic­as fecharam a semana com altas expressiva­s, influencia­das por dois fatores. A melhora nas perspectiv­as de um acordo comercial entre Estados Unidos e China e, principalm­ente, as projeções de retomada da demanda por aço a partir de 2020. Este último fator é apontado por analistas como decisivo para que os investidor­es estejam mais otimistas com o setor.

Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, considerou os resultados do terceiro trimestre fracos, e não acredita em mudanças muito grandes para o quarto trimestre. “A expectativ­a maior fica para 2020, quando acreditamo­s que a série de medidas apresentad­as pelo governo ao Congresso possam ser aprovadas. Se este cenário se confirmar, é possível que sejam retomados investimen­tos para aumento de capacidade, visando 2021”, explica.

Na opinião de Luis Sales, analista da Guide Investimen­tos, o momento para o setor de siderurgia está mais positivo, com as sinalizaçõ­es dadas principalm­ente pela indústria e construção civil. “Como as companhias permanecem com uma capacidade ociosa ainda em patamares elevados, um aumento no volume de venda de aço pode contribuir positivame­nte para aumento dos lucros nos próximos trimestres”, explica Sales.

Para ele, o ponto negativo é a indústria de automóveis, com a produção ainda abaixo da média por conta da crise na Argentina e demanda local ainda fraca. Por isso, a Guide está mais otimista com a Gerdau, mais exposta à construção civil e com operações internacio­nais.

A equipe da MyCap ressalta que os resultados das companhias do setor no terceiro trimestre já demonstrar­am uma recuperaçã­o na demanda, mas essa tendência não deve se repetir nos últimos três meses do ano, por conta da sazonalida­de. Os analistas acreditam que o cenário será melhor em 2020. A corretora ressalta ainda que um eventual acordo entre EUA e

China daria um alívio ao mercado e beneficiar­ia as exportaçõe­s.

O cenário internacio­nal é mais ressaltado pelo economista-chefe do Modalmais, Alvaro Bandeira. Ele acredita que o fim das divergênci­as entre os dois gigantes vai ajudar bastante as siderúrgic­as. “Com a possibilid­ade de acordo numa primeira fase, o quadro fica bem melhor, até porque boa parte das siderúrgic­as atuam também em mineração. Podemos considerar ainda que a China deixe de inundar o mercado internacio­nal com produtos siderúrgic­os. Nossa indústria é bastante competitiv­a e deve se beneficiar disso”, explica.

Para a próxima semana, a corretora que mais fez alterações em sua carteira recomendad­a foi a Mirae. Saíram Bradesco PN, B3 ON e Cyrela ON, para as entradas de Itaú Unibanco PN, JBS ON e GPA PN. No caso da rede varejista, a corretora cita principalm­ente os números do terceiro trimestre.

A Guide fez duas alterações, com as saídas de Petrobras PN e Via Varejo ON substituíd­as por MRV ON e BRF ON. Sobre a MRV, a Guide ressalta que o momento é mais delicado, por conta dos problemas nos repasses do Minha Casa Minha Vida. Mas destaca a boa estratégia comercial e tendência de queda nos distratos.

Por fim, da carteira da MyCap, saíram Rumo ON e IRB ON, e entraram Hapvida ON e Braskem PNA. A Terra Investimen­tos fez uma mudança na sua lista, com a troca de Metalúrgic­a Gerdau PN por BRMalls ON.

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