UE põe aquisições em tecnologia na mira
Em evento em Lisboa, chefe de órgão antitruste do bloco disse que propostas que visam dados causam mal-estar
Aquisições de empresas que visam obter dados de clientes dessas companhias estão preocupando reguladores da União Europeia. A afirmação foi feita nesta semana por Margrethe Vestager, chefe do órgão regulador antitruste da União Europeia, uma semana depois que o Google anunciou sua intenção de adquirir a fabricante de dispositivos vestíveis Fitbit.
Na semana passada, a gigante de buscas americana anunciou que vai pagar US$ 2,1 bilhões pela Fitbit. A aquisição deve ajudar a empresa liderada por Sundar Pichai a enfrentar a Apple e a Samsung no mercado de dispositivos fitness e relógios inteligentes.
Vestager se recusou a comentar o acordo especificamente, mas disse que houve um mal-estar geral entre reguladores quando empresas que possuem muitos dados são alvo de aquisições – a Fitbit é uma pioneira no mercado de relógios e pulseiras inteligentes, com dispositivos no mercado desde 2010, tendo o controle de um vasto histórico de dados sobre o uso dos aparelhos.
O negócio do Google provocou ligações de concorrentes a agentes do segmento pedindo para adotarem uma posição rígida. “Em geral, temos uma preocupação se as empresas se fundirem por causa dos dados”, disse Vestager, durante coletiva no Web Summit, evento de internet e tecnologia que está sendo realizado nesta semana em Lisboa.
Nos últimos dois anos, Vestager multou o Google em mais de ¤ 8 bilhões por reprimir concorrentes em três casos separados, envolvendo seu serviço de comparação de preços, seu sistema operacional Android e a intermediação de anúncios em resultados de buscas. A empresa está recorrendo de vários desses casos.