‘Regulamentação vai dar mais segurança para os agentes’
Anos depois de ter praticamente abandonado o assunto, a Fifa voltará à regulamentação da profissão de agente de jogadores e, ao que tudo indica, com muito mais força do que antes. O debate quanto à limitação das comissões não é novo. Já foi extensamente discutido na Fifa, que no passado adotou postura de sugestão de valores, e não de concreta limitação. Agora, vemos que a entidade pretende tornar as comissões incidentes na remuneração de atletas mais próximas à prática das grandes ligas norte-americanas, que tradicionalmente possuem valores inferiores às comissões pagas no futebol.
Com a desregulamentação do mercado de agentes, a Fifa transferiu a responsabilidade para as federações nacionais, e cada uma delas tem regras próprias sobre o assunto, o que gera por vezes insegurança na execução dos contratos.
Uma regulação centralizada e um sistema de resolução de disputas internacional trarão maior segurança, pois hoje vemos transações internacionais em que agentes não são pagos e há dificuldade em executar a cobrança, pois acaba sendo enviada ao Poder Judiciário de determinado país. Imagine um agente brasileiro cobrando dívida de um clube saudita na Justiça da Arábia Saudita?
Uma consequência me parece certa: vai sobrar mais dinheiro na conta dos clubes nas transferências de jogadores. É claro que pagamentos por fora não vão deixar de ocorrer, especialmente em clubes que não participam das quatro divisões do Brasileirão e são pouco fiscalizados. Nos clubes da elite nacional, com balanços auditados, ficará fácil verificar eventuais transgressões.