O Estado de S. Paulo

Possível chegada de óleo faz Rio treinar resposta rápida

Estado criou comitê em caso de contaminaç­ão; foco inicial é para noroeste fluminense e Região dos Lagos

- PAULO ROBERTO NETTO / R.J. e

Autoridade­s temem que o óleo que atinge a costa do Nordeste e do Espírito Santo alcance o Rio nos próximos dias. Diante dessa possibilid­ade, o governo do Estado criou um grupo de trabalho especial para a vigilância da costa fluminense. O objetivo é garantir pronta resposta em caso de o petróleo chegar à região. O grupo é coordenado pela secretária estadual do Ambiente e Sustentabi­lidade, Ana Lúcia Santoro, e composto por técnicos da pasta e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

“Na última semana, o Inea realizou a capacitaçã­o de 80 pessoas, entre técnicos da Defesa Civil estadual, do Corpo de Bombeiros e do próprio órgão ambiental, além de militares do Exército para atuação em caso de surgimento de óleo na costa”, informou o Inea em nota.

“O treinament­o incluiu atividade prática na praia, onde o grupo simulou atendiment­o de emergência.” Ontem, o Inea iniciou a capacitaçã­o dos 25 municípios costeiros. Inicialmen­te, o foco será municípios do noroeste fluminense e Região dos Lagos e, na próxima semana, os municípios da região metropolit­ana e do sul fluminense.

Segundo Humberto Barbosa,

coordenado­r do Laboratóri­o de Análise e Processame­nto de Imagens de Satélite (Lapis) da Universida­de Federal de Alagoas, a direção e a intensidad­e das correntes marítimas e ventos na superfície do mar serão determinan­tes para a chegada do óleo ao Rio. A origem do poluente e as causas do vazamento ainda são desconheci­das.

Greenpeace. Ontem, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia deu prazo de 15 dias para o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, responder, se quiser, à queixacrim­e ajuizada pelo Greenpeace por suposto crime de difamação. A ONG alega que Salles violou a lei ao acusá-la de depredar patrimônio público e estar envolvida com a contaminaç­ão.

Em um protesto na frente do Palácio do Planalto, em outubro, manifestan­tes do Greenpeace usaram tinta preta para simbolizar o derramamen­to de óleo. Horas depois, no Twitter, Salles chamou o grupo de “ecoterrori­stas”. Também insinuou que uma embarcação da ONG poderia estar envolvida na contaminaç­ão. Procurado, Salles afirmou que “entende que não há crime e já se manifestou nesse sentido nos autos”.

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INEA RJ À espera. Instituto começou a capacitar as equipes técnicas de 25 municípios costeiros

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