Possível chegada de óleo faz Rio treinar resposta rápida
Estado criou comitê em caso de contaminação; foco inicial é para noroeste fluminense e Região dos Lagos
Autoridades temem que o óleo que atinge a costa do Nordeste e do Espírito Santo alcance o Rio nos próximos dias. Diante dessa possibilidade, o governo do Estado criou um grupo de trabalho especial para a vigilância da costa fluminense. O objetivo é garantir pronta resposta em caso de o petróleo chegar à região. O grupo é coordenado pela secretária estadual do Ambiente e Sustentabilidade, Ana Lúcia Santoro, e composto por técnicos da pasta e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
“Na última semana, o Inea realizou a capacitação de 80 pessoas, entre técnicos da Defesa Civil estadual, do Corpo de Bombeiros e do próprio órgão ambiental, além de militares do Exército para atuação em caso de surgimento de óleo na costa”, informou o Inea em nota.
“O treinamento incluiu atividade prática na praia, onde o grupo simulou atendimento de emergência.” Ontem, o Inea iniciou a capacitação dos 25 municípios costeiros. Inicialmente, o foco será municípios do noroeste fluminense e Região dos Lagos e, na próxima semana, os municípios da região metropolitana e do sul fluminense.
Segundo Humberto Barbosa,
coordenador do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas, a direção e a intensidade das correntes marítimas e ventos na superfície do mar serão determinantes para a chegada do óleo ao Rio. A origem do poluente e as causas do vazamento ainda são desconhecidas.
Greenpeace. Ontem, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia deu prazo de 15 dias para o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, responder, se quiser, à queixacrime ajuizada pelo Greenpeace por suposto crime de difamação. A ONG alega que Salles violou a lei ao acusá-la de depredar patrimônio público e estar envolvida com a contaminação.
Em um protesto na frente do Palácio do Planalto, em outubro, manifestantes do Greenpeace usaram tinta preta para simbolizar o derramamento de óleo. Horas depois, no Twitter, Salles chamou o grupo de “ecoterroristas”. Também insinuou que uma embarcação da ONG poderia estar envolvida na contaminação. Procurado, Salles afirmou que “entende que não há crime e já se manifestou nesse sentido nos autos”.