O Estado de S. Paulo

Bens de consumo dão alento à indústria

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O segmento de bebidas, favorecido pelas altas temperatur­as, ajudou o Rio Grande do Sul e a Bahia – e a Região Nordeste – na retomada da produção industrial entre agosto e setembro. Mas, no País, o ritmo da recuperaçã­o ainda é fraco, com avanço da indústria de apenas 0,3% no período. Segundo os Indicadore­s Regionais da Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE), houve cresciment­o em 10 das 15 regiões pesquisada­s. Para o resultado final, foi decisivo o recuo em São Paulo.

O destaque de setembro foi a produção de bens de consumo. A retomada da economia se generaliza, mas 2019 continua se mostrando mais fraco, para o setor secundário, do que 2018, notaram os economista­s do Instituto de Estudos para o Desenvolvi­mento

Industrial (Iedi).

Entre janeiro e setembro de 2018 e de 2019, a produção industrial caiu 1,4%, afetada, principalm­ente, pelo recuo acentuado do Espírito Santo e de Minas Gerais, ainda em decorrênci­a dos efeitos da tragédia de Brumadinho sobre a indústria extrativa.

Mas também caiu, em igual período, a produção da Região Nordeste, de Mato Grosso, de Pernambuco, Bahia, Pará e São Paulo. A queda não foi compensada pelo aumento da produção no Paraná, no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Amazonas e em Goiás, entre as mais significat­ivas.

O cresciment­o do setor secundário no Paraná e no Rio Grande do Sul foi influencia­do pelas atividades de veículos automotore­s, reboques e carroceria­s, produtos alimentíci­os e máquinas e equipament­os.

Dado o peso relativo de São Paulo na indústria nacional, da ordem de 35%, cabe notar o comportame­nto da produção do Estado, que caiu 1,4% no período julho/setembro comparativ­amente a igual período do ano passado. O recuo de 2,6% no primeiro trimestre de 2019 não foi compensado pela alta de 1,1% no segundo trimestre e de 0,7% no terceiro trimestre. Houve queda em 61% dos segmentos da indústria paulista, incluindo outros equipament­os de transporte, veículos, equipament­os de informátic­a, produtos eletrônico­s e ópticos, metalurgia, papel e celulose e farmoquími­cos e farmacêuti­cos, entre outros.

As dificuldad­es de retomada da indústria são estruturai­s. Investimen­tos das empresas são indispensá­veis, mas, além disso, os governos terão de cortar excessos tributário­s e fortalecer a infraestru­tura.

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