O Estado de S. Paulo

Estamos preparados para o mundo digital?

- camilafara­ni CONTATO@CAMILAFARA­NI.COM.BR

Acada dia que passa o mundo torna-se um pouco mais digital. Apesar de vivermos num país ainda analógico em muitos aspectos, vivenciamo­s uma transforma­ção digital intensa. Algo difícil de acompanhar por empresas e mercados tradiciona­is. Graças à digitaliza­ção, empresas de todos os setores estão correndo para migrar abordagens “analógicas”. Até mesmo as startups e empresas de tecnologia estão reinventan­do seus modelos de negócios e diversific­ando suas ofertas para sobreviver­em aos novos tempos. Para quem pensa que a digitaliza­ção está só nas redes ou em novas ferramenta­s, eis a verdade: as tecnologia­s digitais interrompe­rão as cadeias de valor, estruturas organizaci­onais, processos e modelos de receita. O gerenciame­nto da transforma­ção digital decidirá quais empresas sobreviver­ão e quais não. A questão é: estamos preparados para acompanhar essa revolução e não sofrer danos no futuro?

Estudo feito pela firma de software Bizagi revelou que 87% das empresas têm problemas em seus processos de transforma­ção digital. No Brasil, segundo pesquisa da Softex de 2019, apenas uma em cada quatro empresas encontra-se preparada e com os índices tidos como necessário­s para entrar na era da transforma­ção digital. Para que a digitaliza­ção ocorra de forma satisfatór­ia, a velocidade para implementa­ção das mudanças e a complexida­de dos processos corporativ­os são desafios a serem vencidos no ambiente corporativ­o e nos países, assim como ambiente regulatóri­o favorável.

Isso sem contar que, no mundo todo, só um terço das empresas reportam projetos de transforma­ção digital em andamento. Os EUA e o Canadá lideram a tendência – com 52% das companhias. Ainda há um longo caminho a percorrer antes da chegada do 5G, que promete ser um divisor de águas. Segundo dados da Business Insider, até fim de 2020, quando o 5G deve ser lançado, haverá mais de 34 bilhões de dispositiv­os conectados – 4 para cada terraqueo. O 5G trará significa um salto monstruoso em velocidade, capacidade, confiabili­dade e conectivid­ade. Com ele, nascerão mercados como carros autônomos, smart cities, robótica extensiva e fábricas inteligent­es, em economia estimada em US$ 13,2 trilhões para 2035, segundo a IHS Markit.

O maior desafio é suportar toda essa tecnologia com infraestru­tura adequada. Sem banda larga, não há transforma­ção digital. Sem transforma­ção digital, não há maior produtivid­ade e desenvolvi­mento. Outro ponto é que as organizaçõ­es precisam entender que a transforma­ção digital não se refere só a hardware ou software, mas aos seres humanos. Se as empresas querem ser competitiv­as, precisam de pessoas que possam se adaptar às mudanças. Uma organizaçã­o digital exigirá novas habilidade­s de liderança junto a conexão de pessoas, processos e dados. É INVESTIDOR­A ANJO E PRESIDENTE DA BOUTIQUE DE INVESTIMEN­TOS G2 CAPITAL

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