O Estado de S. Paulo

‘VAMOS FAZER UM DESFILE A FAVOR DA LIBERDADE’

- PATSCH

Martelo batido. O tema do próximo desfile do Baixo Augusta será resistênci­a. Conversamo­s com Alê Natacci – atual presidente do bloco paulistano, que assumiu assim que Alê Youssef virou secretário de Cultura da prefeitura de São Paulo e deixou a liderança do bloco. Natacci, na foto com Flavia Brunetti, stylist e uma das fundadoras do Baixo Augusta, diz que o desfile, que acontecerá dia 16 de fevereiro, será “a favor da liberdade de expressão, democracia e cultura.” Confira a seguir.

Qual será o tema do bloco no próximo carnaval?

Resistênci­a. Vamos fazer um desfile à favor da liberdade de expressão, democracia e cultura.

E como vão trazer essa história para a rua?

Vamos brincar com a resistênci­a de Star Wars contra o poder do mal de Darth Vader.

É um tema político?

Somos um bloco ativista, nos preocupamo­s com a causa em si, mas obviamente que não tem como fugir da política com tudo que está acontecend­o por aí.

Além do desfile, quais outras ativações vão fazer?

Temos o Festival do Baixa Augusta,

que acontece quatro domingos antes da data do desfile. É na Praça da República e sempre convidamos dois blocos para participar­em com a gente. Também estamos negociando um desfile na Ocupação 9 de Julho, que fala muito com a resistênci­a

Esperam receber quantas pessoas no desfile principal? No ano retrasado a PM contou um milhão e trezentas mil pessoas. Bloco sempre cresce, né, mas também chega uma hora que não tem mais espaço físico. Agora, com esse esquema, com essa coisa de resistênci­a, desse negócio à favor da cultura, da liberdade de expressão, acho que vamos dar uma grande bombada, deve aumentar bastante o número.

São considerad­os o maior bloco paulistano?

Podemos falar que sim. É o maior desfile de todos os blocos de São Paulo. Esse ano tem 38 blocos que se inscrevera­m como mega blocos, que são os blocos que esperam receber mais de 100 mil pessoas. Quando você recebe mais de 100 mil pessoas passa para uma categoria que a prefeitura chama de mega bloco.

Surgiu uma história que teriam que sair do imóvel onde fica a Casa Baixa Augusta. Como está essa questão?

Nós tínhamos um patrocínio que não temos mais, então ficou mais difícil, porque a casa tem um custo alto por mês para mantê-la. Nossa ideia é continuar com ela, talvez mudar para um lugar mais barato, mas a gente quer continuar, porque é um projeto que acreditamo­s muito.

Não recebem nenhum incentivo do governo?

Não. Nenhum dinheiro público, só patrocínio de empresas privadas./SOFIA

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IARA MORSELLI/ESTADÃO

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