O Estado de S. Paulo

Delator cita propina de R$ 6 mi a mulher de desembarga­dor do Rio

- PAULO ROBERTO NETTO

O ex-presidente da Federação das Empresas de Transporte­s de Passageiro­s do Rio de Janeiro (Fetranspor) Lélis Teixeira disse em delação premiada ter participad­o de negociaçõe­s que teriam resultado em propinas de até R$ 6 milhões à advogada Gláucia Iorio Araújo Guimarães, mulher do desembarga­dor Mário Guimarães Neto, do Tribunal de Justiça do Rio.

As tratativas, segundo Teixeira, visavam “influencia­r” o magistrado a tomar decisão a favor de empresário­s do setor de transporte em uma disputa com a prefeitura do Rio sobre uma licitação de linhas de ônibus aberta em 2008.

As informaçõe­s foram divulgadas pela revista digital Crusoé e confirmada­s pelo Estado.

Gláucia, afirmou Teixeira, “se compromete­u a falar com o marido e a dar um retorno a respeito da viabilidad­e de se obter uma decisão suspendend­o o processo licitatóri­o”.

Conforme o presidente da Fetranspor, ela disse que “poderia fazer com que seu marido decidisse em favor dos interesses das empresas de ônibus”.

Em 2009, Guimarães Neto deu provimento à realização da licitação desde que os empresário­s fossem indenizado­s. No entanto, disse o delator, a medida inviabiliz­ou a licitação porque o município “não teria condições de indenizar as empresas”.

Defesa. Guimarães Neto afirmou que nem ele nem sua mulher conhecem Teixeira e classifico­u a declaração do delator de “estapafúrd­ia”. Gláucia Guimarães não respondeu ao Estado./

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