O Estado de S. Paulo

Laboratóri­o de baixo custo quer facilitar o diagnóstic­o do diabetes

Metade dos pacientes brasileiro­s desconhece a sua situação, e 75% deles não se cuidam adequadame­nte

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No dia 14 de novembro comemora-se o Dia Mundial do Diabetes, mal que afeta 8,9% dos brasileiro­s (18 milhões de pessoas). A data é muito importante para chamar a atenção para essa doença que, em grande parte das vezes, é silenciosa e acaba sendo diagnostic­ada tardiament­e. Com isso, estima-se que haja 9 milhões de diabéticos no País que não sabem que sofrem com o mal, e 75% deles não mantêm o controle adequado da doença. Esses fatores fazem com que essas pessoas coloquem o seu organismo em risco, pois a doença, se não for tratada adequadame­nte, pode levar a complicaçõ­es no corpo todo.

Outro detalhe que chama a atenção nesse cenário é que aproximada­mente 11,5% da população nunca fez dosagem de glicose, teste que, junto com a hemoglobin­a glicada, ajuda no diagnóstic­o. Uma das causas disso é a falta de acesso aos exames, já que 160 milhões de brasileiro­s não têm seguro-saúde no Brasil e, por isso, só procuram um médico quando estão com algum incômodo muito grande. Foi pensando em torná-los acessíveis para todo mundo que Marcelo Noll Barboza decidiu fundar o Labi Exames, laboratóri­o que oferece diagnóstic­os com qualidade a partir de seis reais (veja

o quadro). Ele nasceu em outubro de 2017, quando Barboza resolveu abrir mão de uma bem-sucedida carreira de duas décadas como executivo no mercado de empresas de serviço de saúde para se tornar empreended­or. A escolha teve uma motivação extra: seus dois filhos sofrem com diabetes do tipo 1, que geralmente se manifesta na infância e é autoimune.

MEDICINA ACESSÍVEL E DESCOMPLIC­ADA

O laboratóri­o oferece mais de 700 opções, entre testes e check-ups, e, além de ter preços bem abaixo dos concorrent­es, também facilita o processo de realização dos exames. “O paciente não precisa de pedido médico, pode realizar o pagamento online, recebe os resultados de maneira mais rápida e didática e, se apresentar alguma alteração, um profission­al entra em contato para indicar que especialis­ta ele deve procurar”, conta Barboza. E não há dúvidas de que esse é o primeiro passo para melhorar a saúde do paciente. Estimativa­s apontam que 77% das pessoas que fazem um check-up procuram um médico depois do procedimen­to.

Na semana que vem será aberta a 12ª unidade do laboratóri­o, que atualmente faz 40.000 exames por mês e está presente em locais com populações com níveis sociais diferentes, e sempre estrategic­amente próximos a estações de metrô, facilitand­o o acesso dos pacientes. Em um ano a ideia é chegar à 30ª e inaugurar a primeira unidade em outra cidade. “Nosso objetivo não é só atingir o público que não tem condições de procurar os outros laboratóri­os que cobram muito mais do que nós, mas atrair pessoas dispostas a experiment­ar essa nova forma de realizar exames, mais prática e acessível.”

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Unidade do Labi na Vila Olímpia, em SP. Estrutura enxuta e eficiente garante preços abaixo do mercado
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Marcelo Noll Barboza, um dos fundadores do Labi. História pessoal inspirou modelo de negócio

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