O Estado de S. Paulo

Confiante, Brasil já vê Tóquio-2020 como realidade

Seleção estreia no pré-olímpico das Américas, que dá apenas duas vagas ao torneio mundial, em fevereiro

- Marcius Azevedo

A seleção brasileira feminina de basquete entra em quadra hoje em mais um passo para comprovar o renascimen­to na modalidade. A equipe do técnico José Neto enfrenta os Estados Unidos, às 18h30, na estreia no pré-olímpico das Américas, em Bahía Blanca, na Argentina. O jogo terá transmissã­o do SporTV 2.

Desde de que o treinador multicampe­ão com o Flamengo no masculino assumiu o comando do time, o Brasil faturou o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em agosto, após 28 anos, e o bronze na Copa América de Porto Rico, em setembro, quando ficou atrás apenas de Estados Unidos e Canadá.

A vaga nos Jogos de Tóquio, em 2020, algo que parecia distante diante dos fracassos recentes da seleção feminina se tornou palpável. Além das americanas, o Brasil enfrenta Colômbia (amanhã, às 18h30) e Argentina (domingo, às 21h). Apenas duas seleções garantem vaga para o pré-olímpico mundial, em fevereiro do ano que vem, onde 16 países vão brigar por dez vagas. Japão e EUA estão garantidos na Olimpíada, mas optaram por participar dos torneios classifica­tórios.

Mais experiente do grupo, a pivô Érika, de 37 anos, deixa claro uma mudança na postura da seleção. Os resultados deram confiança ao Brasil. “Se você tivesse feito esta pergunta sobre Tóquio há alguns anos, eu responderi­a que era um sonho. Agora tenho certeza que é uma realidade. Nós temos tudo para conseguir a classifica­ção e chegar nos Jogos de Tóquio. Só depende da gente. Temos de entrar com determinaç­ão em todos os jogos e seguir fazendo o que temos feito. Tenho certeza que vamos conseguir esta vaga”, afirmou a jogadora, que pode disputar sua quarta edição de Jogos Olímpicos.

A pivô que atua no San Sebastían, da Espanha, acredita que Neto mudou o ambiente da seleção e, por isso, os resultados foram conquistad­os. “Eu costumo dizer que o Neto é um paizão para nós. Ele tirou o peso que tínhamos nas costas. A gente está jogando leve. Ele nos deixa muito à vontade em quadra, nos incentiva bastante.”

Contratemp­o. A viagem da seleção foi atrapalhad­a por um protesto da Associação de Técnicos Aeronáutic­os da Argentina.

O cancelamen­to de quase 150 voos nos aeroportos de Ezeiza e Aeroparque fez com que o Brasil tivesse de percorrer 636km de ônibus de Buenos Aires até Bahía Branca.

A delegação chegou nas primeiras horas da madrugada de ontem e fez um treino no Dow Center, ginásio que recebe o torneio, antes da estreia de hoje. “Será muito difícil porque todo mundo quer buscar esta vaga. Temos de levar tudo que fizemos até agora para esta competição”, afirmou Érika.

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CBB Otimismo. Aos 37 anos, a pivô Érika é a mais experiente da equipe do técnico José Neto

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