O Estado de S. Paulo

‘Estou preparado para subir, tenho muito o que render’

Com técnico novo e livre das várias contusões que compromete­ram a sua temporada, brasileiro confia em retomada

- Felipe Rosa Mendes

Thomaz Bellucci vai começar 2020 de técnico novo. O exnúmero 1 do Brasil começou a trabalhar com o argentino Juan Pablo Brzezicki, que já foi 94.º do ranking e não conquistou títulos de ATP. Apesar disso, o tenista aposta no sucesso da parceria.

Nesta entrevista ao Estado, além de revelar a troca de treinador, Bellucci faz uma avaliação positiva sobre sua carreira e garante não desanimar diante dos resultados aquém do esperado nos últimos dois anos. “Tenho orgulho de tudo o que conquistei. Independen­temente de onde estou hoje, conquistei muita coisa na minha carreira. E estou preparado para subir novamente”, disse o tenista, que já ganhou quatro títulos de nível ATP e chegou a ser o 21.º ranking – atualmente, é o número 321. “Ainda tenho muito o que render.”

• Depois de uma série de lesões, você está 100% fisicament­e? Sim, estou bem. Acho que estou no meu melhor momento físico do ano. No começo da temporada, tive uma lesão, voltei e me machuquei de novo. Acabei jogando torneios logo na sequência da lesão. Mas agora tive duas ou três semanas de preparação. Infelizmen­te, não fui bem nos torneios nos EUA, mas acho que foi mais pela parte técnica do que pela parte física.

• Como avalia a sua temporada? Foi bem aquém do que eu esperava, mas de uma certa maneira foi um ano de aprendizad­o. Aprendi muitas coisas tanto de autoconhec­imento quanto do que preciso fazer daqui em diante para recuperar o caminho de volta.

• Nos últimos dois anos você precisou disputar torneios de menor expressão. Como é competir nesses torneios?

Realmente não é fácil jogar esses tipos de torneios. A estrutura é muito inferior aos da ATP, que eu costumava jogar. A quadra, a logística, tudo fica aquém do que a gente precisa. Mas você acaba tendo que se adaptar. Não estou em posição de ficar escolhendo onde vou jogar. Tenho que encarar esses torneios como uma transição e tentar passar por eles o mais rápido possível. E, com certeza, quando eu conseguir passar, vou estar mais forte, mais preparado para os torneios maiores.

• Como está o planejamen­to para 2020?

Comecei um trabalho há poucos meses com o Juan Pablo Brzezicki. Estou gostando bastante. Ele sempre foi um exemplo dentro de quadra, um cara que lutava muito. E está conseguind­o me passar muitas coisas legais. Estamos montando um planejamen­to bom para o ano que vem, na parte técnica, física e mental. Com a minha idade (31 anos), estar 100% fisicament­e é um ponto fundamenta­l. Precisamos ter muito cuidado com o desgaste dos jogos, das viagens.

• Tem meta específica para o próximo ano?

É inevitável falar que o meu objetivo é voltar ao Top 100 o mais rápido possível. Preciso retomar a confiança, o ritmo de jogo e acho que o ranking vai ser uma consequênc­ia disso. Estou preparado para subir novamente.

• Em 2020, você vai completar a marca de 15 anos como tenista profission­al. Consegue fazer uma avaliação desta trajetória?

Não é fácil ficar dez anos entre os 100 melhores do mundo. Devo ter ficado uns cinco anos no Top 50. É muito difícil fazer isso com a competitiv­idade que tem hoje. Poucos brasileiro­s conseguira­m fazer isso. Tenho orgulho de conseguir. Olho para trás e vejo tudo o que conquistei e isso me traz alegria. Independen­temente de onde estou hoje, conquistei muita coisa. Acredito que ainda esteja longe de me aposentar.

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AMANDA PEROBELLI/ESTADÃO–4/1/2018

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