‘Estou preparado para subir, tenho muito o que render’
Com técnico novo e livre das várias contusões que comprometeram a sua temporada, brasileiro confia em retomada
Thomaz Bellucci vai começar 2020 de técnico novo. O exnúmero 1 do Brasil começou a trabalhar com o argentino Juan Pablo Brzezicki, que já foi 94.º do ranking e não conquistou títulos de ATP. Apesar disso, o tenista aposta no sucesso da parceria.
Nesta entrevista ao Estado, além de revelar a troca de treinador, Bellucci faz uma avaliação positiva sobre sua carreira e garante não desanimar diante dos resultados aquém do esperado nos últimos dois anos. “Tenho orgulho de tudo o que conquistei. Independentemente de onde estou hoje, conquistei muita coisa na minha carreira. E estou preparado para subir novamente”, disse o tenista, que já ganhou quatro títulos de nível ATP e chegou a ser o 21.º ranking – atualmente, é o número 321. “Ainda tenho muito o que render.”
• Depois de uma série de lesões, você está 100% fisicamente? Sim, estou bem. Acho que estou no meu melhor momento físico do ano. No começo da temporada, tive uma lesão, voltei e me machuquei de novo. Acabei jogando torneios logo na sequência da lesão. Mas agora tive duas ou três semanas de preparação. Infelizmente, não fui bem nos torneios nos EUA, mas acho que foi mais pela parte técnica do que pela parte física.
• Como avalia a sua temporada? Foi bem aquém do que eu esperava, mas de uma certa maneira foi um ano de aprendizado. Aprendi muitas coisas tanto de autoconhecimento quanto do que preciso fazer daqui em diante para recuperar o caminho de volta.
• Nos últimos dois anos você precisou disputar torneios de menor expressão. Como é competir nesses torneios?
Realmente não é fácil jogar esses tipos de torneios. A estrutura é muito inferior aos da ATP, que eu costumava jogar. A quadra, a logística, tudo fica aquém do que a gente precisa. Mas você acaba tendo que se adaptar. Não estou em posição de ficar escolhendo onde vou jogar. Tenho que encarar esses torneios como uma transição e tentar passar por eles o mais rápido possível. E, com certeza, quando eu conseguir passar, vou estar mais forte, mais preparado para os torneios maiores.
• Como está o planejamento para 2020?
Comecei um trabalho há poucos meses com o Juan Pablo Brzezicki. Estou gostando bastante. Ele sempre foi um exemplo dentro de quadra, um cara que lutava muito. E está conseguindo me passar muitas coisas legais. Estamos montando um planejamento bom para o ano que vem, na parte técnica, física e mental. Com a minha idade (31 anos), estar 100% fisicamente é um ponto fundamental. Precisamos ter muito cuidado com o desgaste dos jogos, das viagens.
• Tem meta específica para o próximo ano?
É inevitável falar que o meu objetivo é voltar ao Top 100 o mais rápido possível. Preciso retomar a confiança, o ritmo de jogo e acho que o ranking vai ser uma consequência disso. Estou preparado para subir novamente.
• Em 2020, você vai completar a marca de 15 anos como tenista profissional. Consegue fazer uma avaliação desta trajetória?
Não é fácil ficar dez anos entre os 100 melhores do mundo. Devo ter ficado uns cinco anos no Top 50. É muito difícil fazer isso com a competitividade que tem hoje. Poucos brasileiros conseguiram fazer isso. Tenho orgulho de conseguir. Olho para trás e vejo tudo o que conquistei e isso me traz alegria. Independentemente de onde estou hoje, conquistei muita coisa. Acredito que ainda esteja longe de me aposentar.