O Estado de S. Paulo

Abertura de capital da XP pode passar de US$ 2 bilhões

Fundada por Guilherme Benchimol, maior corretora do País definiu ontem faixa de preço para suas ações na abertura de capital na Nasdaq, marcada para a próxima semana; valor ficou entre US$ 22 e US$ 25, e empresa pode ser avaliada em até US$ 13,8 bilhões

- Fernanda Guimarães

Maior corretora do País, a XP Investimen­tos definiu a faixa de preço de suas ações, que devem começar a ser negociadas na bolsa Nasdaq, nos EUA. Se incluídos os lotes extras, a oferta inicial de ações poderá movimentar até US$ 2,08 bilhões.

Comandada pelo executivo Guilherme Benchimol, a XP Investimen­tos definiu ontem a faixa de preço de suas ações, que devem começar a ser negociadas na Bolsa Nasdaq, nos Estados Unidos, na quarta-feira, dia 11. Se incluídos os lotes extras, a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) poderá movimentar até US$ 2,08 bilhões na Bolsa americana, especializ­ada em empresas de tecnologia.

Em formulário enviado à Securities Exchange Commission (SEC), o regulador do mercado de capitais americano, a corretora brasileira, que tem o Itaú Unibanco como um dos seus principais sócios, informou que a faixa indicativa dos papéis da companhia brasileira ficou entre US$ 22 e US$ 25.

Se tiver demanda pelo valor máximo das ações, a XP estreia na Nasdaq avaliada em US$ 13,8 bilhões, ou quase R$ 60 bilhões.

Na oferta que será feita, a XP colocará à venda 72,51 milhões de ações. Desse volume, 42,53 milhões farão parte da oferta primária, dinheiro que vai direto para o caixa da empresa. Os outros 25,95 milhões vendidos vão para o bolso dos acionistas.

Se a procura for grande no dia de estreia, a XP poderá vender um lote extra de ações (10,85 milhões papéis). Com isso, o total movimentad­o poderá atingir US$ 2,085 bilhões. Sem o lote adicional, a operação movimentar­ia US$ 1,8 bilhão.

Além de sócios executivos da XP, que vão diluir sua participaç­ão com a venda de papéis, serão vendedores na oferta os fundos General Atlantic e Dynamo. O Itaú Unibanco, com 49,9% de participaç­ão na corretora, não vai se desfazer de seus papéis.

A XP deu o pontapé para abrir capital pouco mais de dois anos depois de ter voltado atrás de seus planos após receber uma oferta multibilio­nária do Itaú Unibanco.

Com 1,5 milhão de clientes ativos, por meio de suas três marcas, a própria XP, Rico e Clear, a corretora tem ao todo R$ 350 bilhões sob custódia, receita de R$ 3,7 bilhões e lucro líquido de R$ 699 milhões, no terceiro trimestre deste ano.

A corretora, que também recebeu uma licença bancária no ano passado, planeja se tornar um banco completo.

Com a oferta primária, que injetará recursos no caixa da XP, a empresa fundada por Benchimol pretende fazer o lançamento de novos serviços, como banco digital, pagamentos e seguros. Além disso, os recursos poderão financiar potenciais aquisições, atender às necessidad­es de capital de giro relacionad­as à expansão do negócio e acelerar a busca de novos clientes por meio de investimen­tos em marketing e publicidad­e.

Classes. A XP planeja uma estrutura de ações de classe dupla na sua oferta de ações: A e B. Nessa estrutura, as ações ordinárias de classe B oferecem aos acionistas dez vezes os direitos de voto das ações classe A.

Essa estrutura é denominada no mercado como uma ação “superordin­ária” e tem sido utilizada nos IPOs de empresas de tecnologia. Esse modelo, contudo, não é permitido pela legislação brasileira.

Por conta disso, muitas empresas buscam fazer suas ofertas nas Bolsas americanas.

 ?? WERTHER SANTANA/ESTADÃO-10/8/2018 ?? Retorno. Corretora fundada por Benchimol retomou planos de abrir capital dois anos após vender fatia de 49,9% para Itaú
WERTHER SANTANA/ESTADÃO-10/8/2018 Retorno. Corretora fundada por Benchimol retomou planos de abrir capital dois anos após vender fatia de 49,9% para Itaú

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil