O Estado de S. Paulo

No Senado, apoiadores e rivais trocam de lado

Derrotado no início do ano, Renan Calheiros agora apoia movimento para Alcolumbre ter mais um mandato

- BRASÍLIA D.W. e V.R.

A polêmica sobre a possibilid­ade de reeleição ao comando da Câmara e do Senado expôs sinais trocados na política. Antigos adversário­s se aproximara­m e aliados já começaram a se afastar. Agora o senador Renan Calheiros (MDB-AL) apoia o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que o derrotou na disputa pela presidênci­a da Casa, em fevereiro, e a bancada do MDB se movimenta para fazer um acordo com ele.

“Eu acho que o Davi está indo muito bem na condução dos trabalhos, até melhor do que eu seria”, disse Renan ao Estado. Avalistas de Alcolumbre, os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Randolfe Rodrigues (RedeAP), por sua vez, estão insatisfei­tos com o colega e não querem nem ouvir falar em reeleição.

Atualmente, há no Senado 21 parlamenta­res que se contrapõem ao presidente da Casa e articulam a candidatur­a de Álvaro Dias (Podemos-PR) para a sucessão de 2021. Batizado de

“Muda, Senado! Muda, Brasil!”, o grupo abriga alguns eleitores de Alcolumbre, mas todos viraram seus opositores e rechaçam qualquer proposta para permitir sua recondução ao posto.

Esse núcleo antagonist­a quer atrair os aliados descontent­es com Alcolumbre, como Tasso, Antonio Anastasia (PSDB-MG) e Simone Tebet (MDB-MS).

Líder da Rede, Randolfe se afastou do presidente do Senado depois que ele ficou mais próximo do governo e se uniu ao MDB de Renan para rejeitar nomes indicados ao Conselho Nacional do Ministério Público. “Não acho que essa aproximaçã­o seja um bom caminho”, disse Randolfe. /

‘Muito bem’

“Eu acho que o Davi está indo muito bem na condução dos trabalhos, até melhor do que eu seria.”

Renan Calheiros (MDB-AL)

SENADOR

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