Exploração de atentado afeta imagem de Johnson
O ataque a faca cometido na sexta-feira na Ponte de Londres, que deixou dois mortos e três feridos, ganhou ares políticos no fim de semana em um Reino Unido que passará por mais uma eleição em meio ao Brexit. O premiê britânico, o conservador Boris Johnson, recebeu duras críticas da oposição por ter tentado explorar as mortes de dois jovens ativistas no ataque cometido por Usman Khan, que tinha sido condenado por terrorismo e estava em liberdade condicional.
Jack Merritt, de 25 anos, e Saskia Jones, de 23, participavam de um ato sobre reinserção de presos quando foram esfaqueados. A oposição culpou o premiê pelas falhas de segurança e Johnson atribuiu o ataque a uma política de liberdade antecipada a condenados por terrorismo que, segundo ele, se consolidou durante governo do Partido Trabalhista, sob o ex-premiê Tony Blair (1997-2007).
Johnson enfrentará o atual líder trabalhista, Jeremy Corbyn, no dia 12, em busca da renovação do Parlamento e uma possível aprovação de seu plano para o Brexit. No fim de semana, ele disse que os conservadores mudarão a lei apresentada pelos trabalhistas que permitiu a libertação do agressor da Ponte de Londres.
Na verdade, Khan foi preso em 2012 sob uma sentença apelidada de Proteção Pública Indeterminada (IPP em inglês), aprovada sob o governo do conservador David Cameron. Um recurso apresentado em 2013 resultou na substituição da IPP por uma sentença de 16 anos, e Khan foi liberado em 2018, após ter cumprido metade da pena.