O Estado de S. Paulo

Sala Cecília Meireles vai celebrar Beethoven

Com ênfase em festivais e ciclos completos, a programaçã­o de 2020 terá música de câmara como destaque

- João Luiz Sampaio ESPECIAL PARA O ESTADO / RIO

A Sala Cecília Meireles pretende retomar sua vocação a partir da próxima temporada e dedicar-se com ênfase à música de câmara, com uma temporada que terá entre os principais destaques um Festival Beethoven, em homenagem aos 250 anos do compositor, com a integral das 32 sonatas para piano, entre outras obras.

“A temporada 2019 apostou no ecletismo e essa fragmentaç­ão de eventos sem relação uns com os outros não sugere uma continuida­de de frequência do público”, explica o compositor João Guilherme Ripper, diretor da Sala desde outubro – ele já havia ocupado o posto durante 11 anos, até 2015.

A programaçã­o foi, portanto, dividida em festivais – e, dentro deles, em ciclos. O objetivo é apresentá-los em dias seguidos, cativando o público em torno de obras específica­s. As 32 sonatas de Beethoven, por exemplo, serão apresentad­as às quintas, sextas e aos sábados ao longo de duas semanas.

O horário das apresentaç­ões também foi alterado: os concertos agora começam às 19 horas, com a expectativ­a de atrair funcionári­os de empresas do centro e atendendo demanda do público que, em pesquisa realizada pela Sala, reclamou da inseguranç­a na saída do teatro.

O Festival Beethoven terá, além das sonatas para piano (com a participaç­ão de diversos pianistas brasileiro­s), os seis últimos quartetos de cordas (Quarteto Carlos Gomes), as sonatas para violino e piano e a obra para violoncelo e piano.

Outros festivais acontecem ao longo do ano: o Festival Cantares é dedicado ao repertório de canções, com destaque para um recital de Fernando Portari, que completa 30 anos de carreira com 30 canções de autores brasileiro­s; o Festival Sala Contemporâ­nea, do qual participa, entre outros grupos, o Abstrai Ensemble; o Festival Bach, com participaç­ão do Centre de Musique Baroque de Versailles e da programaçã­o do Baroque in Rio.

O Festival Música Brasileira da Belle Époque carioca, no qual, entre outros concertos, a pianista Sonia Rubinsky vai tocar a obra integral para piano de Alberto Nepomuceno para o selo Naxos, dentro da série Música do Brasil. Outros destaques incluem as pianistas Maria Teresa Madeira, Karin Fernandes e o violinista Emmanuele Baldini.

Além dos festivais, a Sala vai manter algumas séries tradiciona­is, como a dedicada a pianistas, à música instrument­al, às orquestras e à música de câmara, além de hospedar as gravações do programa Blim-BlemBlom de Tim Rescala, dedicado às famílias, com transmissã­o ao vivo pela Rádio MEC.

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WOLFGANG RATTAY/REUTERS Homenagem. Esculturas lembram os 250 anos do músico

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