O Estado de S. Paulo

As férias chegaram (para desespero dos pais)

- MÔNICA NOBREGA Envie sua pergunta para viagem.estado@estadao.com

Elas chegaram, as férias, socorro! A gente que é mãe, que é pai, continua trabalhand­o como sempre nesses dezembros insanos que nos cobram dar conta dos últimos compromiss­os profission­ais do ano antes das festas, ao mesmo tempo em que preparamos as próprias festas, o que inclui enfrentar o comércio lotado. No meio disso tudo, a gente não tem mais onde e com quem deixar as crianças. Ah, as férias.

Antes de continuar essa conversa, deixa eu já adiantar que não tenho solução para oferecer. Desculpe, leitora, leitor: estou nessa mesma canoa furada. Ou melhor, estava. Ocorre que a minha canoa recebeu um remendo na semana passada, uma sorte imensa, porque para maternar (e paternar) a gente às vezes precisa sim contar com a sorte. Aconteceu.

Ainda tenho uma viagem de trabalho este ano, para Brasília, daqui a poucos dias. Amigos queridos moram lá. Sugeriram que eu leve meu filho e o deixe com eles: devolverão o menino em São Paulo, para onde virão passar o Natal. Dez dias de problema resolvido, uau! Para completar, meu filho e a filha deles são amigos desde o berço. Perfeito.

E foi assim que eu percebi que viagens

podem ajudar pelo menos um pouco na busca por alternativ­as para esse perrengue que são as férias escolares em famílias onde todo mundo trabalha. Vamos às opções – e salve o décimo terceiro para quem ainda tem esse direito, porque não sai barato.

REDE DE APOIO

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Viagens podem

ajudar na busca por alternativ­as

Uma mão lava a outra. Avós, tios, amigos proporcion­am uma ajuda valiosa a mães e pais quando convidam seus filhos para viajar. É preciso atenção aos documentos exigidos: desde o primeiro semestre de 2019, por causa de uma alteração feita no Estatuto da Criança e do Adolescent­e (ECA), menores até 16 anos precisam de autorizaçã­o judicial para viajar sem a companhia dos pais ou responsáve­is legais. Há exceções, a depender de quem leva as crianças, além de diferentes exigências para viagens nacionais e internacio­nais. Falei sobre o tema em bit.ly/dockids. Considere ainda o conforto emocional de seu filho. Veja como avaliar se a criança está pronta para passar alguns dias longe da mãe e do pai e dicas para que se sinta segura e acolhida: bit.ly/semospais. Ah, sim: não esqueça de retribuir, quando puder, convidando também filhos de amigos em apuros para viajar com a sua família.

Voar desacompan­hada. São muitas as condiciona­ntes – criança maiorzinha ou mais independen­te, pais corajosos – mas esse comecinho de férias pode ser um bom momento para seu filho visitar aquele primo querido que mora em outra parte do país. As companhias aéreas prestam assistênci­a especial a menores que voam desacompan­hados, garantindo um tutor para os trâmites burocrátic­os, até entregar a criança à pessoa indicada por você, no aeroporto de destino. Nas aéreas que operam no Brasil, custa a partir de R$ 149 (mais o preço da passagem). Na Azul e na Gol, a idade mínima é de 5 anos; na Latam, 8 anos.

Disney sem os pais. Era um clássico dos sonhos de consumo de préadolesc­entes e adolescent­es das décadas de 1980 e 1990, muito por causa dos comerciais da Vovó Stella e da Tia Augusta que povoavam a TV naquela época. As empresas faliram e fecharam; mas a operadora de viagens Stella Barros, com outros donos e formato, continua fazendo excursões a Orlando só para a meninada a partir de 12 anos. Pacotes para as férias começam em US$ 3.300, em média, e atualmente incluem, claro, os parques da Universal e do SeaWorld.

Acampament­o. Essa opção só resolve o problema em janeiro, quando os mais tradiciona­is fazem suas temporadas. Eu recomendo: Peraltas, em Brotas, desde R$ 2.870, 6 dias; NR, em Campos do Jordão, desde R$ 3.978, 6 dias; Sítio do Carroção, em Tatuí, desde R$ 4.460, 6 dias.

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