Portugal atrai 13 mil brasileiros; MEC quer acordo na Espanha
Especialista diz que ainda há mitos a quebrar e um curso de Medicina na Europa pode ser mais barato do que no Brasil
A consistência no formato e na aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que teve 5,5 milhões de inscritos este ano, ajuda no reconhecimento do teste no exterior. A prova é o principal meio de acesso ao ensino superior público e privado do País. Contribui ainda o êxito do acordo do Ministério da Educação (MEC) com 47 instituições portuguesas, incluindo a tradicional Universidade de Coimbra, para usar a prova como critério de ingresso.
Diferentemente de Portugal, universidades dos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido não têm convênio formal com o MEC. O Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), do MEC, disse ao Estado que há negociações com escolas da Espanha, mas não deu detalhes.
“Há entendimento das universidades estrangeiras do nosso sistema de ensino e avaliação. Tudo se iniciou por Portugal, pelo laço histórico. Com o tempo, outros passam a prestar atenção”, diz Leonardo Trench, da consultoria Gradeup. Com a admissão facilitada, o total de universitários brasileiros em Portugal explode. Em 2012 havia 3,2 mil e, no 1.º semestre deste ano, mais de 13 mil. Cursos mais em conta para a classe média, a experiência internacional e o pessimismo com o cenário político-econômico do Brasil pesam na escolha.
Para Matheus Tomoto, da Universidade do Intercâmbio, especializada em ajudar brasileiros a estudar fora, há mitos sobre o preço dessa opção. “Quanto custa a faculdade particular de Medicina no Brasil? Em muitos casos, a Europa é mais barata. O aluno deve pesquisar custos do estudo, hospedagem, alimentação.”/L.A.