O Estado de S. Paulo

Maior informalid­ade afeta contribuiç­ões para a Previdênci­a

Total de ocupados que fizeram recolhimen­to foi de 62,6% em novembro, pouco acima do volume do mês anterior

- RIO / D.A.

O elevado nível de informalid­ade no mercado de trabalho tem impedido melhora mais consistent­e no poder de compra das famílias brasileira­s, além de prejudicar a contribuiç­ão dos trabalhado­res para a Previdênci­a Social. A avaliação é de Adriana Beringuy, analista da Coordenaçã­o de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE).

A proporção de trabalhado­res ocupados contribuin­do para a Previdênci­a Social ficou em 62,6% no trimestre encerrado em novembro. O número é ligeiramen­te acima do resultado de outubro (62,4%).

“A massa de renda cresce via ocupação, não cresce via rendimento. A despeito de ter mais gente trabalhand­o, o rendimento médio do trabalho não está reagindo. As ocupações informais têm rendimento­s mais baixos, esses trabalhado­res acabam não recolhendo (contribuiç­ão) para a Previdênci­a. Então, (a informalid­ade) tem aí impactos na economia e em termos também previdenci­ários”, disse Adriana.

O País atingiu, no trimestre encerrado em novembro, recorde de pessoas ocupadas. Mas 41,1% delas atuavam na informalid­ade. O levantamen­to inclui os empregados do setor privado sem carteira assinada, os trabalhado­res domésticos sem carteira assinada, os trabalhado­res por conta própria sem CNPJ, os empregador­es sem CNPJ e o trabalhado­r familiar auxiliar.

Com mais pessoas trabalhand­o, a massa de salários em circulação na economia cresceu R$ 6,179 bilhões no período de um ano. Chegou a R$ 215,104 bilhões, alta de 3,0% no trimestre encerrado em novembro de 2019 em relação ao mesmo período de 2018. Já a renda média dos ocupados teve alta de 1,2%, para R$ 2.332, R$ 27 a mais que o salário de um ano antes.

A elevação da massa salarial é um dos elementos que vão impactar positivame­nte o Produto Interno Bruto (PIB) do País deste ano, prevê o economista­chefe da corretora Necton Investimen­tos, André Perfeito. Para ele, a economia no último trimestre refletirá também os efeitos mais claros da liberação doFGTS. Haverá ainda efeitos defasados das reduções anteriores da taxa de juros, que vêm se incorporan­do aos poucos à atividade.

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