O Estado de S. Paulo

Juro médio do cartão de crédito e do cheque especial volta a subir

Taxas foram para 318,3% e 334,3% ao ano, respectiva­mente; estoque total de operações de crédito cresceu 1,1%

- Fabrício de Castro / BRASÍLIA

O juro médio total cobrado no rotativo do cartão de crédito subiu 0,7 ponto porcentual de outubro para novembro, informou ontem o Banco Central (BC). Com isso, a taxa passou de 317,6% para 318,3% ao ano.

O juro do rotativo é uma das taxas mais elevadas entre as avaliadas pelo BC. Dentro dessa rubrica, a taxa da modalidade rotativo regular passou de 286,4% para 293,9% ao ano de outubro para novembro. Nesse caso, são considerad­as as operações com cartão rotativo em que houve o pagamento mínimo da fatura.

Já a taxa de juros da modalidade rotativo não regular passou de 338,0% para 334,3% ao ano. O rotativo não regular inclui as operações nas quais o pagamento mínimo da fatura não foi realizado. No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro passou de 174,4% para 178,8% ao ano. Consideran­do o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 69,9% para 70,5% de outubro para novembro.

O estoque total de operações de crédito do sistema financeiro subiu 1,1% em novembro ante outubro, para R$ 3,410 trilhões.

Em abril de 2017, começou a valer a regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos. A intenção do governo com a nova regra era permitir

que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplên­cia, em tese, cai com a migração para o parcelado.

Cheque especial. Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa passou de 305,9% ao ano para 306,6% ao ano de outubro para novembro. Desde julho do ano passado, os bancos estão oferecendo um parcelamen­to para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200. A expectativ­a da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) era de que essa migração do cheque especial para linhas mais baratas acelerasse a tendência de queda do juro cobrado ao consumidor. Em junho de 2018, antes do início da nova dinâmica, a taxa estava em 304,9% ao ano.

No fim de novembro, o BC anunciou a limitação dos juros do cheque especial em 8% ao mês (151,82% ao ano). A nova regra começa a valer em 6 de janeiro.

O BC informou ainda que o total de operações de crédito em relação ao PIB foi de 46,9% para 47,3% de outubro para novembro. As projeções, atualizada­s no Relatório Trimestral de Inflação de dezembro, indicam expansão de 6,9% para o crédito total em 2019 e de 8,1% para 2020. A projeção para o crédito livre em 2019 é de alta de 13,9% e em 2020 de 12,9%. Já expectativ­a para o crédito direcionad­o é de retração de 1,3% neste ano e alta de 1,6% no próximo.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil