O Estado de S. Paulo

São Silvestre para todos

Em sua 95.ª edição, tradiciona­l prova será realizada amanhã de manhã com cerca de apenas 150 atletas profission­ais de elite

- Guilherme Amaro

A 95ª edição da prova será amanhã, reunindo amadores e elite, como a queniana Brigid Kosgei.

Das 35 mil pessoas inscritas na corrida de São Silvestre, amanhã, em São Paulo, cerca de apenas 150 são atletas de elite. Em sua 95.ª edição, a tradiciona­l prova conta com milhares de corredores que vão apenas para participar da festa. Eles largam do pelotão geral. Engana-se, entretanto, quem pensa que esses amadores não precisam ter uma preparação adequada para suportar o percurso de 15 km.

Dos treinos à hidratação correta, passando pelo aqueciment­o antes da partida, os atletas amadores recebem orientaçõe­s para completar a prova em boas condições, sem sobressalt­os. O tempo realizado na São Silvestre acaba ficando em segundo plano, porque eles sabem que a quantidade de pessoas, principalm­ente na largada, dificulta o percurso. O que importa é participar da corrida que fecha o ano esportivo em São Paulo.

“A São Silvestre se tornou uma prova cada vez mais difícil de correr, porque tem muita gente. As pessoas vão mais pela festa e pela tradição, sem expectativ­a de tempo”, diz Nelson Evencio, ex-presidente da Associação dos Treinadore­s de Corrida de São Paulo, que terá 15 alunos competindo amanhã.

O professor dá treinos de até 45 km percorrido­s por semana, enquanto profission­ais correm em média 150 km. Nos últimos dias, ele focou em atividades de subida e descida para simular o que os alunos terão pela frente.

Evencio não participar­á da prova, mas vai encontrar seus alunos na região da Avenida Paulista. “Darei apoio. Marcamos um ponto de encontro para eles deixarem os pertences comigo. Tem muita gente que vai trocada no metrô, mas é bom levar mochila com camiseta seca para vestir depois e não pegar gripe por entrar suado no metrô com ar condiciona­do.”

O professor dá outras dicas aos amadores. É recomendáv­el que o café da manhã contenha alimentos leves e ricos em carboidrat­os (como pão com requeijão ou frutas sem casca). O competidor também precisa se preocupar com a hidratação e deve aproveitar a infraestru­tura oferecida pela organizaçã­o, que entrega copos d’água durante todo o percurso – há apoio médico caso seja preciso.

Em relação ao traçado, a subida da avenida Brigadeiro Luís Antônio é um dos trechos mais temidos pelos competidor­es. O especialis­ta alerta para outra parte da prova. “A descida da Major Natanael é muito íngreme e o atleta pode cair ou tentar acelerar e se machucar. Aí acabou para ele.” Em 2012, o paratleta Israel Barros morreu neste trecho ao perder o controle da cadeira de rodas e bater no muro do estádio do Pacaembu.

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FELIPE RAU/ESTADÃO-31/12/2018 Tradição. Mais de 35 mil pessoas estão inscritas na corrida
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PAULO PINTO/ESTADÃO-31/12/2010 Em 2010. Marílson dos Santos, o último vencedor do Brasil

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