O Estado de S. Paulo

‘É dever propor medidas para mediar conflitos’

- / R.B.

A Procurador­ia-Geral do Estado da Bahia afirmou que sua participaç­ão “no evento de assinatura do acordo” entre os produtores rurais e o borracheir­o José Valter Dias ocorreu “a convite dos poderes públicos envolvidos nas suas tratativas”. “Vale ressaltar que o Estado não é, nem nunca foi, parte do processo judicial, muito menos teve qualquer participaç­ão na elaboração do acordo”, informou a Procurador­ia.

Em nota, a Secretaria de Comunicaçã­o do Governo da Bahia se manifestou sobre o motivo pelo qual enviou ofício à presidente do Tribunal de Justiça do Estado para que tomasse providênci­as sobre os conflitos fundiários no oeste baiano. “É dever do poder público propor medidas para mediar conflitos que possam gerar distúrbios sociais, a exemplo do que aconteceu na região em 2017.” Afirmou ainda que a disputa por terra é histórica na região, com registro de casos de homicídio ao longo dos anos.

“Portanto, o único interesse do poder público foi o de buscar agilidade no sentido de evitar agravament­o de conflitos e distúrbios sociais, fatos públicos e notórios. Neste sentido, consideran­do que a questão é de responsabi­lidade do Poder Judiciário, a solicitaçã­o do governador somente poderia ser encaminhad­a à presidênci­a do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia”, diz o comunicado.

O TJ da Bahia afirmou que o Centro Consensual de Conflitos Possessóri­os foi criado seguindo resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de 29 de novembro de 2010, que institui a criação de Centros Judiciário­s de Solução de Conflitos e Cidadania. Segundo a Corte, a criação do centro judiciário não impactou os cofres do tribunal porque é abrigado no fórum da comarca.

A defesa do borracheir­o José Valter Dias não foi localizada pela reportagem.

“O único interesse do poder público foi o de buscar agilidade para evitar o agravament­o de conflitos.”

Governo da Bahia

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