O Estado de S. Paulo

Ucrânia e separatist­as trocam presos

- KIEV

Forças do governo ucraniano e separatist­as pró-Rússia no leste da Ucrânia trocaram 200 prisioneir­os ontem, numa operação que representa uma diminuição das tensões do único conflito armado ativo da Europa. O ato deve ser usado pelo presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, como prova de que está cumprindo a promessa de trazer ucranianos capturados para casa.

“As trocas terminaram”, informou a presidênci­a ucraniana no Facebook, acrescenta­ndo que 76 pessoas estavam retornando ao país – 12 militares e 64 civis, incluindo 2 jornalista­s colaborado­res do serviço ucraniano da rádio americana RFE/RL, Stanislav Aseiev e Oleg Galaziuk, presos há dois anos.

Os separatist­as pró-russos das repúblicas autoprocla­madas de Donetsk e Lugansk disseram que receberam respectiva­mente 61 e 63 presos, incluindo cidadãos russos e 1 brasileiro que lutou nas fileiras rebeldes.

Tanto o presidente russo, Vladimir Putin, como a chanceler alemã, Angela Merkel – que mediaram as negociaçõe­s de paz na França no início deste mês – celebraram a troca. A Embaixada dos EUA na Ucrânia também elogiou a troca em seu Twitter. Essa foi a primeira troca direta entre os lados desde 2017.

Alguns na Ucrânia ficaram descontent­es com o fato de policiais da força de choque acusada de abrir fogo contra manifestan­tes em 2014 estarem entre aqueles que foram entregues.

Embora a troca ajude a criar confiança entre os dois lados que estão discutindo a implementa­ção de um acordo de paz, desacordos sérios permanecem e a normalizaç­ão total ainda parece distante. As forças de Kiev lutam contra separatist­as no Donbass desde 2014 em um conflito que deixou mais de 13 mil mortos.

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