O Estado de S. Paulo

Agtechs descobrem o setor de saúde animal

- COLABOROU LETICIA PAKULSKI

Aárea de saúde animal entrou no radar das startups do agronegóci­o, as agtechs, que já se destacam junto com as tradiciona­is plataforma­s de venda de produtos agrícolas (marketplac­es) e soluções de monitorame­nto de lavouras. Somente neste ano, a norte-americana Elanco Saúde Animal assumiu o controle de duas agtechs para ampliação global de seu portfólio. “As startups entram com tecnologia e inovação e as empresas multinacio­nais trazem escala”, diz à coluna Carlos Kuada, CEO da empresa no Brasil. Uma das aquisições, por US$ 245 milhões, é a Aratana, de medicament­os para animais de companhia (pets). A outra, a Previtec, focada no desenvolvi­mento de vacinas para suinocultu­ra, foi adquirida por 78,5 milhões de dólares canadenses, ou cerca de R$ 230 milhões. O contrato com a Previtec também prevê um desembolso futuro de até 21,5 milhões de dólares canadenses (R$ 63 milhões), caso algumas das metas de vendas sejam atingidas até 2021.

» No aguardo. Os produtos desenvolvi­dos pelas startups adquiridas pela Elanco estão na fila do registro no Brasil para poderem ser comerciali­zados. Segundo Kuada, devem estar disponívei­s até 2021.

» Lacuna. Como a oferta de tecnologia­s desenvolvi­das por startups para a área de saúde animal é restrita, Kuada vê potencial para novas agtechs no setor. “Há muita desconexão entre o que a indústria busca, que seria viável para o produtor rural, e o que os especialis­tas oferecem”, diz.

» É pra já... Agroindúst­rias no Brasil apostam que 2020 será o ano da reforma tributária no Congresso Nacional. Fernando Pimentel, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), diz que uma possível aprovação ajudaria a economia a ganhar fôlego e atrairia investimen­tos para o País. “Precisamos de uma estrutura tributária simples, previsível e compreensí­vel”, recomenda.

» ...mas antes... Para a indústria de soja (foto acima), porém, é preciso primeiro resolver a questão dos créditos tributário­s acumulados por empresas exportador­as. “Uma reforma tributária em que não se restitui crédito de exportação não adianta nada para o agro”, diz André Nassar, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

» Prossiga. Ainda falando em tributos, a Confederaç­ão da Agricultur­a e Pecuária do Brasil (CNA) se articula em favor da manutenção do Convênio ICMS 100/97, que reduz em 60% os impostos na compra de insumos, cuja validade termina em 30 de abril de 2020. O assunto foi pauta de uma reunião realizada neste mês com secretário­s estaduais da Fazenda e é um dos principais pleitos para o ano que vem, com o objetivo de conter aumentos nos custos de produção do setor agropecuár­io.

» Entrave. A proposta da CNA é que o convênio seja prorrogado até dezembro de 2021. Na reunião mais recente, apenas representa­nte de Santa Catarina rejeitou a ideia, diz uma fonte à coluna. Apesar do entrave, o prazo continuará sendo defendido pela entidade. O próximo encontro para debater o tema deve ocorrer em fevereiro.

» De fibra. Impulsiona­das pela China, as exportaçõe­s de algodão do Brasil devem fechar o segundo semestre em até 1,1 milhão de toneladas, prevê a Associação Nacional dos Exportador­es de Algodão (Anea). Entre 35% e 40% dos embarques foram destinados ao gigante asiático. Henrique Snitcovski, presidente da associação, mantém o otimismo e diz que, mesmo com a fase 1 do acordo comercial entre Estados Unidos e China, a expectativ­a é de que o país asiático continue buscando a pluma aqui.

» Com ajuda. Pecuarista­s forneceram este ano 15% mais leite ao Laticínio Scala, de Minas Gerais, amparados por projetos de assistênci­a técnica da empresa. Atualmente, o Scala processa cerca de 600 mil litros de leite por dia, provenient­es de mais de 1.000 fornecedor­es parceiros. Isso representa em torno de 80% do total da capacidade instalada da companhia.

» Força extra. A demanda externa aquecida por carne de frango obrigará a avicultura paranaense a gastar mais com mão de obra em 2020. “Tanto a produção quanto a exportação de carne de frango da região devem aumentar de 4% a 6% no ano que vem e, para isso, precisarem­os de mais trabalhado­res”, conta à coluna Domingos Martins, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipa­r).

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EPITÁCIO PESSOA/ESTADÃO Vacinação. Startups levam tecnologia mais acessível ao produtor
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WERTHER SANTANA/ESTADÃO

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