Agtechs descobrem o setor de saúde animal
Aárea de saúde animal entrou no radar das startups do agronegócio, as agtechs, que já se destacam junto com as tradicionais plataformas de venda de produtos agrícolas (marketplaces) e soluções de monitoramento de lavouras. Somente neste ano, a norte-americana Elanco Saúde Animal assumiu o controle de duas agtechs para ampliação global de seu portfólio. “As startups entram com tecnologia e inovação e as empresas multinacionais trazem escala”, diz à coluna Carlos Kuada, CEO da empresa no Brasil. Uma das aquisições, por US$ 245 milhões, é a Aratana, de medicamentos para animais de companhia (pets). A outra, a Previtec, focada no desenvolvimento de vacinas para suinocultura, foi adquirida por 78,5 milhões de dólares canadenses, ou cerca de R$ 230 milhões. O contrato com a Previtec também prevê um desembolso futuro de até 21,5 milhões de dólares canadenses (R$ 63 milhões), caso algumas das metas de vendas sejam atingidas até 2021.
» No aguardo. Os produtos desenvolvidos pelas startups adquiridas pela Elanco estão na fila do registro no Brasil para poderem ser comercializados. Segundo Kuada, devem estar disponíveis até 2021.
» Lacuna. Como a oferta de tecnologias desenvolvidas por startups para a área de saúde animal é restrita, Kuada vê potencial para novas agtechs no setor. “Há muita desconexão entre o que a indústria busca, que seria viável para o produtor rural, e o que os especialistas oferecem”, diz.
» É pra já... Agroindústrias no Brasil apostam que 2020 será o ano da reforma tributária no Congresso Nacional. Fernando Pimentel, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), diz que uma possível aprovação ajudaria a economia a ganhar fôlego e atrairia investimentos para o País. “Precisamos de uma estrutura tributária simples, previsível e compreensível”, recomenda.
» ...mas antes... Para a indústria de soja (foto acima), porém, é preciso primeiro resolver a questão dos créditos tributários acumulados por empresas exportadoras. “Uma reforma tributária em que não se restitui crédito de exportação não adianta nada para o agro”, diz André Nassar, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).
» Prossiga. Ainda falando em tributos, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se articula em favor da manutenção do Convênio ICMS 100/97, que reduz em 60% os impostos na compra de insumos, cuja validade termina em 30 de abril de 2020. O assunto foi pauta de uma reunião realizada neste mês com secretários estaduais da Fazenda e é um dos principais pleitos para o ano que vem, com o objetivo de conter aumentos nos custos de produção do setor agropecuário.
» Entrave. A proposta da CNA é que o convênio seja prorrogado até dezembro de 2021. Na reunião mais recente, apenas representante de Santa Catarina rejeitou a ideia, diz uma fonte à coluna. Apesar do entrave, o prazo continuará sendo defendido pela entidade. O próximo encontro para debater o tema deve ocorrer em fevereiro.
» De fibra. Impulsionadas pela China, as exportações de algodão do Brasil devem fechar o segundo semestre em até 1,1 milhão de toneladas, prevê a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea). Entre 35% e 40% dos embarques foram destinados ao gigante asiático. Henrique Snitcovski, presidente da associação, mantém o otimismo e diz que, mesmo com a fase 1 do acordo comercial entre Estados Unidos e China, a expectativa é de que o país asiático continue buscando a pluma aqui.
» Com ajuda. Pecuaristas forneceram este ano 15% mais leite ao Laticínio Scala, de Minas Gerais, amparados por projetos de assistência técnica da empresa. Atualmente, o Scala processa cerca de 600 mil litros de leite por dia, provenientes de mais de 1.000 fornecedores parceiros. Isso representa em torno de 80% do total da capacidade instalada da companhia.
» Força extra. A demanda externa aquecida por carne de frango obrigará a avicultura paranaense a gastar mais com mão de obra em 2020. “Tanto a produção quanto a exportação de carne de frango da região devem aumentar de 4% a 6% no ano que vem e, para isso, precisaremos de mais trabalhadores”, conta à coluna Domingos Martins, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar).