O Estado de S. Paulo

Fatia do e-commerce no varejo brasileiro pode triplicar

Supermerca­dos, materiais de construção, farmácias e maior uso de aplicativo­s deverão alavancar o setor

- / M.C.

A fatia do comércio eletrônico no varejo brasileiro poderá até triplicar nos próximos cinco anos. Esse movimento deve ser impulsiona­do pelo aumento da participaç­ão de segmentos de consumo mais frequente, como supermerca­dos, farmácias e revendas de materiais de construção no varejo online e também pelo avanço da utilização de aplicativo­s de compras.

A participaç­ão do e-commerce no comércio brasileiro é muito pequena comparada a outros países. Hoje, responde por algo entre 4% e 5% das vendas do varejo, enquanto na China essa fatia é de 30%, no Reino Unido de 18% e nos EUA é de 11%. “Nos últimos quatro anos, a fatia do comércio online no varejo mais que dobrou e, olhando para o passado, segurament­e podemos projetar que vai triplicar em quatro ou cinco anos”, diz sócio da consultori­a e auditoria PwC Brasil, Carlos Coutinho.

Mais cauteloso, o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, Eduardo Terra, acredita que a participaç­ão do comércio online dobre em quatro anos.

Segundo ele, segmentos como supermerca­dos, drogarias e material de construção estão atrasados no varejo online e quando grandes empresas desses setores entrarem mais forte nas vendas online, a participaç­ão do e-commerce no varejo saltará rapidament­e, prevê.

O aumento do uso de aplicativo­s de compras, como iFood, Uber Eats e Rappi, é outra alavanca para o cresciment­o do e-commerce. Nesta semana, a empresa de comércio eletrônico B2W adquiriu o Supermerca­do Now, uma plataforma de e-commerce.

Recentemen­te, o iFood, aplicativo de entrega de refeições, revelou que quer, ao final do primeiro semestre deste ano, ampliar para mil o número de supermerca­dos para os quais faz entregas. Hoje, o aplicativo é parceiro de 200 supermerca­dos.

Apesar dos prognóstic­os positivos para o varejo online nos próximos anos, o setor tem desafios a serem superados no País, na logística e na segurança das entregas. O presidente da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, Leonardo Palhares, diz que há um cresciment­o constante na economia digital, mas nada pode ser comparado a um boom. “Não temos um ritmo frenético de investimen­to.” Para que ocorra um boom no e-commerce, a economia precisa existir movimento forte de retomada, conclui.

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