Reforma tributária
Inclusão e justiça social
O presidente Jair Bolsonaro disse que vê dificuldades na aprovação de uma reforma tributária no Brasil. Na viagem oficial à Índia ele conversou com jornalistas sobre o tema e disse que sua experiência como parlamentar mostra que nenhum ente federativo aceita abrir mão de arrecadação e isso torna a reforma inviável: “Passei 28 anos na Câmara e nunca chegou até o final uma reforma tributária porque não atende a Estado, município e União. E não atendendo a um dos três, e ninguém quer perder nada, acaba todo mundo perdendo muito e o Brasil continua nesse cipoal tributário que dificulta você produzir, empregar”. Mas uma reforma tributária que contribua para reduzir a injustiça da nossa cruel distribuição de renda tem de ser prioridade deste governo. Os menos favorecidos foram convocados a dar sua contribuição para que fosse feita a reforma da Previdência. Agora chegou a vez dos setores realmente bilionários. É de urgência que seja feita a correção da Tabela de Imposto de Renda da Pessoa Física, que está completamente defasada, como reconhecido pelos auditores da Receita Federal, que entendem a fundo do assunto. O contribuinte brasileiro paga muito e não recebe nada em troca. Os impostos que incidem sobre itens básicos de alimentação são profundamente injustos e fazem o trabalhador que ganha um salário mínimo pagar o mesmo que uma pessoa de classe média alta com renda de R$ 50 mil mensais. No caso das pessoas jurídicas, notadamente as instituições bancárias, a taxação chega a ser risível quando comparada à das pessoas físicas, que vêm sendo vítimas da sanha arrecadatória de sucessivos governos. O Brasil precisa enfrentar esse problema seriamente, uma reforma tributária justa é importante fator de inclusão social.
JOSÉ CARLOS WERNECK
WERNECKJOSECARLOS@GMAIL.COM
BRASÍLIA