O Estado de S. Paulo

Squadra manda nova carta antes de IRB virar perda

- ALINE BRONZATI, FERNANDA GUIMARÃES, CYNTHIA DECLOEDT E CIRCE BONATELLI

Anova carta aos cotistas da carioca Squadra foi publicada às vésperas do vencimento de uma opção de venda de ações do IRB Brasil Re, que estão nas mãos da gestora. Isso significa, em miúdos, que quanto mais os papéis do ressegurad­or caírem até lá, melhor para a ‘asset’, visto que ela tem posição vendida, que aposta na queda das ações. Como a gestora havia acumulado perda de cerca de R$ 360 milhões, uma vez que os papéis do ressegurad­or estavam em alta na bolsa, a reviravolt­a nas ações ocorrida após a primeira carta que questionou os resultados da companhia na semana passada tem ajudado a atenuar o prejuízo. A Squadra tem uma opção de venda correspond­ente a 910,9 mil lotes com 100 ações do IRB cada e que vencem na próxima segunda-feira, dia 17, conforme informaçõe­s públicas da Comissão de Valores Mobiliário­s (CVM).

» Strike. Se os papéis do IRB caírem abaixo do preço estabeleci­do na opção de venda, o chamado strike no jargão do mercado, a gestora terá ganho com a posição. No caso Squadra, essa fronteira para o preço da ação do IRB está em R$ 31,49. No pregão de ontem, dia 10, os papéis encerraram cotadas a R$ 33,01, com uma queda de cerca de 16,49%. Em fevereiro acumula retração de cerca de 26% sob o impacto da carta. Em janeiro, as ações do IRB haviam se valorizado 15%, estando entre as cinco que mais subiram na B3 no mês. A CVM está de olho no caso e já há três processos abertos sobre o caso. Squadra e IRB não comentaram.

» Casa Cheia. A fila das empresas do setor de construção para abertura de capital não para de crescer. Além da Moura Dubeux, que precifica amanhã, dia 11, sua oferta - e observa elevada demanda entre os investidor­es - e da Canopus, que já protocolou seu pedido de registro de oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), Tegra e Yuny também estão se movimentan­do para seguir o mesmo caminho. Ainda do setor, a Cury já tem bancos contratado­s, assim como a You. A Mitre Realty estreou na B3 na semana passada, dez anos depois do último lançamento de ações de uma incorporad­ora, da Direcional em 2009. Tegra não comentou e Yuny negou os planos de abrir capital.

» Casa em ordem. A empresa de logística Hidrovias do Brasil está programand­o sua oferta inicial de ações para abril. A companhia, que nasceu de uma startup financiada pela Pátria Investimen­tos, está muito perto de fechar o sindicato de bancos que coordenará a oferta. As conversas com os bancos de investimen­to com a Hidrovias do Brasil e o Pátria já ocorrem há alguns anos e, em 2017, a oferta quase saiu do papel. No ano passado, a gestora chegou a contratar a Evercore como seu assessor financeiro para a venda do ativo, estimado no mercado em cerca de US$ 1,5 bilhão. Agora, a decisão foi de fazer a venda na Bolsa, se aproveitan­do do apetite dos investidor­es em ambiente de juros baixos, o que tem garantido às estreantes bons múltiplos na venda.

» Saída. O BNDESPar, braço de participaç­ão do Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social

(BNDES), tem uma fatia de cerca de 4,5% na empresa e poderá acompanhar a oferta secundária e vender sua participaç­ão. Já o Pátria, com o Grupo Promon, formam o fundo "P2", dono de mais de 50% da companhia, que venderá parte na lançamento das ações. O IFC, braço de investimen­tos do Banco Mundial, possui 3,5% da empresa. » Sinal verde. O aval dos acionistas para a oferta inicial, na qual deve ser feita a venda de ações detidas pelos sócios, será dado no fim de fevereiro, em Assembleia Geral Extraordin­ária (AGE), convocada no último sábado, dia 8. Procurados, Pátria e o BNDES não comentaram. A Hidrovias do Brasil disse que não poderia comentar além do dito em fato relevante.

» Mais fila. A varejista Petz, que vende de produtos para animais de estimação, acaba de contratar o sindicato de bancos para sua oferta inicial de ações, que poderá ocorrer ainda neste semestre. Além de aliar o bom momento do mercado, a ideia é aproveitar o elevado ritmo de cresciment­o da companhia, que tem mais de 100 lojas em 12 Estados e Distrito Federal. Investidor­es estão sedentos por empresas de elevado grau de cresciment­o e, por isso, pagando múltiplos elevados por elas. A oferta deve ser primária, que injetará recursos no caixa da companhia, ajudando na ampliação da rede para outras regiões, como o Nordeste. Na tranche secundária, o fundo de private equity norte-americano Warburg Pincus deve vender uma fatia, transforma­ndo em dinheiro parte de seu investimen­tos. Procurados, Petz e o fundo não comentaram.

» Musculatur­a. A Sul Brasil, empresa de antecipaçã­o de recebíveis há 18 anos no mercado, está buscando novos investidor­es e realizando investimen­tos para ampliar sua operação, de olho na concorrênc­ia das fintechs. O objetivo para este ano é encerrar com uma carteira de recebíveis de aproximada­mente R$ 700 milhões, 40% acima da posição atual. O foco da Sul Brasil são as pequenas e médias empresas.

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DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO - 27/6/2019
 ?? WERTHER SANTANA/ESTADÃO -19/12/ 2018 ??
WERTHER SANTANA/ESTADÃO -19/12/ 2018
 ?? PATRÍCIA CRUZ /ESTADÃO-21/9/2012 ??
PATRÍCIA CRUZ /ESTADÃO-21/9/2012

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