O Estado de S. Paulo

Brasil vira o maior mercado do mundo para a marca Heineken

Vendas cresceram mais de 10% no País, de acordo com a empresa; ações da rival Ambev caíram 0,89% ontem

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O Brasil se tornou o maior mercado da marca holandesa Heineken, principal rótulo da segunda maior cervejaria do mundo. O resultado foi conquistad­o após o País registrar cresciment­o acima de dois dígitos em 2019. A Heineken disse que o volume global de cerveja subiu 4,1% no quarto trimestre, com aumentos acima de 10% no Vietnã, no Camboja e no Brasil.

O lucro da empresa no ano passado avançou 13,2%, para ¤ 2,2 bilhões. A receita atingiu ¤ 24 bilhões, superando levemente a média das projeções de analistas, de ¤ 23,8 bilhões.

As ações da companhia disparavam mais de 6% no pregão de ontem. No Brasil, as ações da gigante Ambev – líder do mercado nacional – tiveram queda na esteira da divulgação da Heineken, com queda de 0,89%, para R$ 16,65.

A empresa disse que as receitas devem voltar a subir neste ano com volumes mais altos, preços e consumidor­es mudando para cervejas mais caras.

Além de esperar um reajuste mais moderado nos custos de insumos, a empresa deve registrar um aumento porcentual de um dígito no lucro operaciona­l em 2020, estimou a companhia, acrescenta­ndo ainda ser muito cedo para avaliar o impacto do surto de coronavíru­s em seus negócios.

“Somos cautelosos. Estamos analisando a situação. Paralisant­e seria uma palavra muito forte, mas terá algumas consequênc­ias”, afirmou o presidente executivo Jean-François van Boxmeer, que está de saída da companhia.

Novo líder. O executivo, à frente do negócio desde 2005, deve deixar o cargo em 1.º de junho, um ano antes do esperado. Ele será sucedido pelo chefe das operações asiáticas, o holandês Dolf van den Brink.

Analistas disseram que a mudança não foi uma grande surpresa. A escolha de Van den Brink, que também liderou as operações da Heineken nos EUA e no México, foi considerad­a lógica.

Segundo relatório do Citi, o desempenho do volume da Heineken veio mais forte do que o esperado. Para o banco, a Ambev “talvez apresente melhores volumes para o quarto trimestre de 2019”.

“Nossa estimativa de cresciment­o do volume atual (para a Ambev) é 1% em relação ao ano para cerveja no Brasil. No entanto, vendo as condições de mercado mais favoráveis e os concorrent­es superando as expectativ­as do mercado, não se descarta que o desempenho do volume da empresa pode ter sido melhor (cresciment­o do volume de 2-3%), embora ainda perdendo participaç­ão”, diz o Citi.

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JEAN BIZIMANA/REUTERS-18/1/2019 Em alta. Volume global de vendas da Heineken subiu 4,1%

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