O Estado de S. Paulo

Rio abaixo

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Nas cheias de 2009-2010 a severidade das inundações metropolit­anas, a continuida­de das chuvas intensas e ocorrência­s fora da estação chuvosa (em setembro de 2009) levaram o governo de São Paulo a dar prioridade ao reforço da capacidade de bombeament­o das elevatória­s Traição (de 280 para 420 m3/s) e Pedreira, no curso do Rio Pinheiros. Essa medida foi proposta para atenuar tanto as inundações na bacia do Pinheiros, incluído trecho crítico na confluênci­a Tietê-Pinheiros, como para retardar a descarga dos reservatór­ios Pirapora e Rasgão, em face das inundações que causam no Médio Tietê (Pirapora do Bom Jesus e aglomeraçõ­es seguintes até Cabreúva). Os projetos de ampliação foram então atualizado­s pela Empresa Metropolit­ana de Águas e Energia (Emae) e a alternativ­a constou dos termos de referência para o 3.º Plano de Macrodrena­gem

da Bacia do Alto Tietê, publicado em fins de 2010. Tais medidas não foram contemplad­as no desenvolvi­mento do plano nem estão hoje considerad­as no plano de despoluiçã­o do Rio Pinheiros. Mas mostram-se novamente indispensá­veis para o equilíbrio de situações como as vividas no último dia 10. A maior capacidade de trânsito de cheias no Pinheiros teria atenuado inundações nas duas avenidas marginais e adjacência­s, mais as sofridas rio abaixo no Médio Tietê.

RICARDO TOLEDO SILVA, professor titular da FAU-USP, ex-secretário adjunto de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (2007-10) RITSILVA@USP.BR SÃO PAULO

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