Reeleição a qualquer preço
O editorial Bolsonaro lava as mãos (13/2, A3) nos remete ao histórico das últimas gestões presidenciais. Ele se inicia em 1998, na reeleição de Fernando Henrique Cardoso, que, após fazer um governo de ações estruturantes, se afundou nas controvérsias de como obteve esse feito, e termina no atual, com Jair Bolsonaro, em exercício. Portanto, são 22 anos e cinco presidentes com o mesmo objetivo predominante: a reeleição a qualquer preço. Nem os eventos lamentáveis nesse período – como descrédito, populismo, mensalão, economia estagnada, Lava Jato, etc. – se prestaram a alterar tal modo de atuar. Eleito, ou reeleito, as promessas do candidato presidencial transmutam-se, relegando os interesses do País e o enfrentamento das reais necessidades dos brasileiros a meros detalhes. Esse recorrente processo de gestão, cada vez mais acelerado, além de cruel para o povo, está enterrando o Brasil num atoleiro de onde não se sabe como ele vai sair. Não haverá Executivo, Legislativo,
Judiciário, corporação de servidores públicos e elite patrimonialista que dê jeito. Será cada um para si. Não é o que desejamos, mas é o que indica a leitura histórica das gestões presidenciais recentes, incluída a de Jair Bolsonaro, até o presente. Difícil entender como nossos autodeclarados líderes não percebem esse risco.
HONYLDO ROBERTO PEREIRA PINTO HONYLDO@GMAIL.COM RIBEIRÃO PRETO